A CPI das Bets no Senado, liderada pela relatora Soraya Thronicke (Podemos-MS), está prestes a dar um passo significativo ao propor o indiciamento de dezesseis investigados. Entre os alvos estão influenciadores digitais, empresários e representantes de plataformas de apostas. Thronicke apresentará o relatório final, com mais de 500 páginas, nesta terça-feira, às 10h.
Embora o conteúdo do documento tenha permanecido em sigilo até o momento, já se sabe que a influenciadora Virginia Fonseca, que depôs na CPI em 14 de maio, pode ser incluída entre os indiciados. A investigação foca em documentos que a comissão planeja compartilhar com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal (PF), visando aprofundar as apurações sobre as atividades dos influenciadores e empresários.
Informações obtidas pela CPI indicam que há transações financeiras suspeitas ligadas à empresa de produtos de beleza de Virginia, a WePink, e à plataforma de apostas Blaze, com a qual ela mantém um contrato milionário. Essa revelação levanta questões sérias sobre as práticas dentro do setor de apostas online.
O relatório também contém dezoito projetos de lei e 21 propostas de medidas regulatórias com o objetivo de mitigar o crescimento descontrolado das apostas online no Brasil. A comunicação oficial da assessoria de Thronicke destaca propostas como a criação de um cadastro nacional de apostadores, a criminalização da prática predatória de apostas e a implementação de mecanismos de controle por instituições financeiras.
Para que as recomendações do relatório sejam formalmente adotadas, será necessário o voto favorável de pelo menos seis dos onze membros titulares da comissão. O prazo para a conclusão dos trabalhos da CPI se estende até o próximo sábado, sem possibilidade de prorrogação.
As discussões em torno da CPI e suas conclusões têm gerado grande expectativa e repercussão, levantando o debate sobre a regulamentação das apostas online e suas implicações para os consumidores e o mercado financeiro no Brasil.