A insistência do ex-presidente Jair Bolsonaro em manter seu sobrenome na chapa da oposição pode favorecer o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a pesquisa DataFolha. Com foco em manter seu nome em evidência, Bolsonaro parece ignorar o fato de que Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, é o candidato mais viável para a direita nas próximas eleições.
Recentemente, a pesquisa DataFolha consolidou a percepção da classe política de que a salvação de Lula está atrelada ao movimento de Bolsonaro. O ex-presidente, que pode indicar Flávio ou Eduardo Bolsonaro como seu candidato a vice, não consegue se desvincular da própria identidade, seguindo um padrão de marketing político que, se funciona em certos segmentos eleitorais, também pode causar confusão em outros.
A estratégia de Bolsonaro de manter seu sobrenome na chapa até o limite do prazo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sugere que sua intenção não é apenas vencer, mas garantir que seu nome permaneça relevante para futuras candidaturas. Ao mesmo tempo, a pesquisa evidencia que Tarcísio de Freitas, apesar da inclinação de Bolsonaro de ignorá-lo, é um potencial forte na corrida eleitoral.
A situação se complica para Lula, que enfrenta uma fragilidade política, especialmente com os escândalos que afetam sua popularidade. Pesquisas mostram que, no segundo turno, Lula pode empatar ou até perder para candidatos da direita unida. A maioria dos governadores não parece ter força suficiente para desafiar a esquerda, e apesar do apoio de Romeu Zema, governador de Minas Gerais, o cenário não é favorável.
O ex-presidente Lula está sob pressão desde o escândalo envolvendo a aposentadoria do INSS, o que alimenta as narrativas bolsonaristas de corrupção que o cercam. Com a popularidade em queda, Lula não adota ações decisivas que possam reverter a tendência negativa. O caso do ministro Carlos Lupi exemplifica sua dificuldade em agir, reforçando a percepção de um governo fragilizado.
Por fim, a situação atual de Lula é alarmante. Para recuperar sua popularidade, ele enfrenta desafios que vão além de promessas bem-intencionadas. Com a administração indo de mal a pior, a reeleição parece distante. A assistência de Bolsonaro na formação da chapa opositora pode ser o único recurso capaz de mudar essa trajetória conturbada.