O desafio do calor nas escolas catalãs
Com o mercúrio ultrapassando os 35ºC em muitas regiões da Catalunha, as escolas enfrentam a reta final do ano letivo em condições adversas. A falta de climatização é um desafio que as instituições educacionais ainda não conseguiram resolver adequadamente, apesar dos picos de calor se tornarem cada vez mais frequentes. A incerteza sobre quantas escolas têm sistemas de ventilação eficientes, e a maioria das salas não estarem preparadas para suportar temperaturas extremas, agrava a situação.
Dificuldades no dia a dia das aulas
Na Escola Bisbat d’Ègara, em Terrassa, as aulas chegam a registrar temperaturas de até 34ºC, sem ventiladores disponíveis. A diretora, Pepi Alcalde, destaca que manter os alunos concentrados é inviável: "Estão mais irritados e desconfortáveis", relata. Muitas instituições, como essa, não têm como arcar com os custos de instalação de climatização adequada, o que torna a situação ainda mais preocupante.
Investimentos e insuficiências na infraestrutura
Esther Niubó, em conferência no Nova Economia Fórum, comentou sobre o déficit de investimentos nas escolas, onde cerca de 50% das instalações são anteriores a 1960. Medidas de curto prazo, como a distribuição de ventiladores, não são suficientes para garantir o conforto dos alunos. O governo anunciou a instalação de ar-condicionado em 207 escolas, mas apenas em áreas comuns, deixando as salas de aula ainda sem uma solução efetiva.
Reações e soluções temporárias
O município de Barcelona reconheceu a gravidade da situação e apresentou o Plano Clima BCN, visando instalar ar-condicionado nas escolas primárias até 2029. Entretanto, as soluções temporárias, como jogos de água, são a única maneira de aliviar o calor extremo. Lisi Andrés, de uma associação de pais, relata problemas com sistemas de refrigeração portáteis que foram prometidos mas demoraram a chegar, e agora têm gerado outros desafios nas escolas.
Movimento das famílias e dos sindicatos
Associações de pais têm se mobilizado para ajudar, mas enfrentam dilemas sobre a responsabilidade da administração. Gina, presidenta de uma associação, ressalta que é dever do Departamento garantir as condições adequadas nas escolas. Enquanto isso, sindicatos, como o UGT, clamam por "medidas estruturais imediatas", demandando ação do governo para instalar sistemas de climatização mais eficientes e garantir o conforto e a saúde de alunos e professores durante os meses de calor intenso.
Perspectivas futuras para a educação
As altas temperaturas nas escolas catalãs revelam a necessidade urgente de respostas estruturais que respeitem o direito ao aprendizado em condições dignas. A adaptação das instituições à nova realidade climática deve ser uma prioridade para o governo, garantindo que todas as escolas possam oferecer um ambiente seguro e confortável para seus alunos e educadores.