A saturação do mercado de drones nos Estados Unidos está em alta, impulsionada pela demanda crescente do Pentágono e pelas lições do conflito na Ucrânia. Segundo especialistas da indústria, a concorrência é acirrada, com uma abundância de empresas produzindo aeronaves similares que podem não ter diferenciação significativa em suas capacidades.
A guerra na Ucrânia catalisou um aumento na necessidade de drones, não apenas para missões de reconhecimento, mas também para combates diretos. O aumento no uso de drones do tipo FPV (primeira pessoa) que são mais baratos e descartáveis vem ganhando espaço nas estratégias militares modernas, mostrando que o futuro da guerra pode estar na versatilidade e na disponibilidade de tecnologias acessíveis.
De acordo com um investidor do setor de defesa que preferiu permanecer anônimo, o cenário atual lembra os primórdios da indústria automobilística, onde apenas as empresas mais robustas sobrevivem em meio à grande competição. "Estamos vendo muitas empresas na área [...], mas muitas vezes não existem diferenças significativas nas capacidades dos produtos que estão sendo oferecidos", ressaltou.
Caminhando para a Inovação
Com o Departamento de Defesa mantendo o foco na inovação e evolução das capacidades, a pressão para desenvolver drones com funcionalidades específicas aumenta. Os recentes conflitos destacam a necessidade de melhorar a interoperabilidade e a eficácia. David Brown, da Shield Capital, declara que "nas últimas cinco anos, novas tecnologias que foram exibidas na Ucrânia impactaram consideravelmente a guerra".
Futuro Incerto
Com o mercado inundado de drones similares, a adaptação e a diferenciação se tornam cruciais para a sobrevivência das empresas. As preocupações dos investidores aumentam à medida que o risco de não conseguir vender um número suficiente de unidades para garantir a rentabilidade se torna evidente. "Historicamente, o setor de drones menores não tem se mostrado muito lucrativo", afirmou um fabricante de drones, chamando atenção para a diferença essencial de necessidade entre a situação ucraniana e a americana.
Um fator que também complica essa situação são as restrições quanto ao uso de peças chinesas, que ampliam a necessidade de uma cadeia de suprimentos doméstica. Isso contrasta com a Ucrânia, que tem demonstrado uma capacidade de produção em massa com peças de baixo custo, o que não é viável para o setor americano sem um grande aumento na demanda militar por drones.
Perguntas sem Resposta
A grande dúvida reside em como o Departamento de Defesa abordará as compras de drones pequenos no futuro. As estimativas indicam que, com a atual taxa de compras, a competição entre aproximadamente 300 fornecedores pode não ser sustentável. Se a demanda não aumentar para 10.000 drones e não houver conflitos intensos, o cenário para o negócio de drones pode se tornar ainda mais desafiador.
Embora haja expectativa de que a competitividade no mercado leve a melhores produtos, o investimento cautious é uma realidade amarga. Sem uma estratégia clara sobre a compra e uso dos drones, a saúde a longo prazo do setor permanecerá em dúvida.