Marcelo Podgaetz, um brasileiro que vive em Tel-Aviv desde 1999, compartilha a nova realidade da cidade após intensos ataques que começaram entre Israel e Irã. A rotina familiar dele, que inclui a esposa e quatro filhos, foi drasticamente alterada nas últimas 24 horas, com a necessidade de se abrigar em seu bunker particular por quatro vezes devido a ameaças aéreas.
O governo local implementou restrições significativas de mobilidade para a população em resposta aos mísseis disparados de Teerã. Apesar das restrições, a família de Podgaetz ainda pode sair para passeios curtos, mas sempre próximo a um bunker. "A situação é volátil e pode mudar a qualquer momento", explicou Podgaetz em entrevista ao g1.
A escassez de alimentos também se tornou uma preocupação imediata. De acordo com ele, assim que os mísseis começaram a cair, houve uma corrida aos supermercados, que rapidamente se esvaziaram. "Nos primeiros ataques, todo mundo correu para estocar comida. No dia seguinte, não havia mais nada disponível", detalhou.
Marcelo descreveu o bunker de sua residência, que também serve como quarto para uma de suas filhas, destacando que já estão utilizando esses abrigos por mais de 600 dias devido a incidentes anteriores envolvendo grupos extremistas. “Estamos em alerta há muito tempo, somos orientados constantemente a nos manter próximos aos bunkers”, afirmou.
Ele enfatiza que o governo de Israel utiliza tecnologia avançada para comunicar informações essenciais à população, incluindo ordens de evacuação e medidas de segurança, enviando mensagens automaticamente por celular em três idiomas.
O conflito entre Israel e Irã se intensificou, e no segundo dia, o impacto é evidente. Em um ataque recente, 60 pessoas, incluindo crianças, perderam a vida em Teerã, enquanto Israel sofre os reveses de mísseis lançados de território iraniano. O governo de Netanyahu indicou que os bombardeios irão continuar enquanto necessário, prometendo retaliar para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares.
As tensões entre os dois países aumentam a cada dia, e Marcelo prevê que o cenário atual pode se arrastar por semanas. "A vida em Tel-Aviv, que já é dinâmica, agora se tornou imprevisível e desafiadora", finalizou o brasileiro, refletindo sobre os desafios atuais e as incertezas para o futuro.