A Câmara dos Deputados registrou um desempenho surpreendentemente baixo na aprovação de projetos de decreto legislativo, com menos de 1% dos 2.647 apresentados desde 1989 tendo sido aceitos. Em meio a essa realidade, apenas 22 propostas foram aprovadas visando suspender atos presidenciais.
Recentemente, a urgência de um projeto para barrar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ganhou destaque nas discussões da Casa. A iniciativa faz parte de um pacote fiscal controverso proposto pelo governo, o que tem potencial para gerar tensões na relação entre o Executivo e o Legislativo.
A proposta de sustar o aumento do IOF é um importante teste para a atual dinâmica de poder em Brasília. Hugo Motta, presidente da Câmara, expressou resistência ao novo decreto que aumenta a carga tributária, indicando que o ambiente na Casa não é favorável a novas medidas de aumento de impostos.
A Câmara dos Deputados possui a capacidade de derrubar atos do governo, como decretos e portarias, desde que haja aprovação tanto na Câmara quanto no Senado. No entanto, o processo pode ser delicado e impactar a relação entre os dois poderes, especialmente em um momento onde o país possui uma pauta fiscal explosiva.
Tendo iniciado o tramitar da urgência para votar o projeto que susta a alta de impostos, a Câmara busca criar um clima mais favorável a propostas que busquem equilibrar a arrecadação sem penalizar o contribuinte. Apesar de um decreto recente, que, segundo o governo, recalibrou valores do IOF em resposta a críticas, a urgência em torno da proposta de sua suspensão ressoa na Casa.
A arrecadação estimada para este ano foi reduzida de R$ 19,1 bilhões para um intervalo entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões após ajustes. Também foi anunciada uma nova alta do IOF direcionada para a compra de moeda estrangeira por pessoas físicas, o que pode ser um ponto crucial para os parlamentares que buscam anular essa decisão na votação iminente.