Flavia Szafir Zvi, uma brasileira que reside em Israel há 30 anos, dividiu suas experiências recentes de tensão e insegurança em meio a ataques iranianos. Casada com um israelense e mãe de dois filhos adultos, Flavia e sua família têm se abrigado em um "quarto de segurança" montado em seu closet, durante os bombardeios, em Ness Ziona, cidade a cerca de 25 km de Tel Aviv, a capital do país.
"O sentimento é de tensão e sem rotina certa. Para famílias com crianças pequenas, é mais complicado. Mas não temos medo da situação. Temos exército e artilharia e, claro, a aviação israelense", relatou Flavia em entrevista ao g1. A auxiliar de professora mencionou ainda que as aulas foram suspensas e que seus filhos estão trabalhando em home office enquanto seu marido, que trabalha no ramo de alimentação, precisa sair de casa.
O closet adaptado para ser um abrigo possui paredes reforçadas e janelas de ferro, o que proporciona uma sensação de segurança maior aos moradores. Flavia comentou sobre a importância de manter suprimentos, como bolachas e água, prontos para emergências. "Entre 15 ou 20 minutos antes dos bombardeios, recebemos um aviso no celular para ficarmos perto de um bunker se estivermos na rua, ou no quarto de segurança, se estivermos em casa", explicou.
A tensão atual no Oriente Médio se intensificou após uma série de ataques aéreos e trocas de fogo entre Irã e Israel. O conflito se agravou após Israel bombardear a embaixada iraniana na Síria em abril de 2024 e executar o líder do Hezbollah, o que provocou represálias iranianas que resultaram no lançamento de mais de 200 mísseis sobre território israelense. Recentemente, o Irã anunciou que aumentaria sua produção de urânio enriquecido, o que alarmou a comunidade internacional e levou os Estados Unidos a começarem a esvaziar embaixadas na região.
Na quinta-feira, a Força Aérea Israelense retaliou com um ataque aéreo que culminou na morte de figuras proeminentes do regime iraniano, incluindo o chefe da Guarda Revolucionária e dois cientistas nucleares. O aiatolá Ali Khamenei respondeu afirmando que Israel havia declarado guerra, prevendo um futuro amargo para o país.
Apesar do clima de incertezas, Flavia mantém uma visão otimista, afirmando que "o país está se defendendo e assim venceremos". O contexto atual revela não apenas os desafios enfrentados por famílias como a de Flavia, mas também os altos riscos do envelhecido conflito regional e suas consequências. A situação reflete a complexidade da segurança em Israel e os anseios de sua população por dias de paz.