Integrantes do governo Lula estão avaliando a possibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro cumprir pena em prisão domiciliar caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A análise surge em um momento em que a saúde delicada de Bolsonaro, em função da facada que sofreu em 2018 e de intervenções cirúrgicas no intestino, é levada em consideração por aqueles que conhecem os meandros da corte.
A perspectiva de que o STF não deseja repetir o caso do ex-deputado federal Nelson Meurer, que faleceu em 2020 após contrair COVID-19, também pesa na decisão. O trauma gerado por esse episódio ainda ressoa entre os ministros, que buscam evitar situações similares envolvendo figuras públicas.
De acordo com informações da apresentadora da GloboNews, Andréia Sadi, aliados de Bolsonaro acreditam na certeza de uma condenação em relação ao ex-presidente. Diante desse cenário, eles estão se preparando para a possibilidade de uma prisão domiciliar, o que já começou a permear as estratégias de defesa de Bolsonaro.
Uma das razões para essa abordagem mais conciliatória adotada por Bolsonaro em depoimentos, especialmente em relação ao ministro Alexandre de Moraes, é a busca por uma sentença mais amena. A defesa tem investido na divulgação de mensagens atribuídas a Mauro Cid, que criticam o STF e a maneira como o acordo de delação de Cid foi conduzido, na tentativa de enfraquecer as acusações contra o ex-presidente.
Entretanto, mesmo com esse novo material, os aliados de Bolsonaro não acreditam que seja possível anular o acordo do ex-ajudante de ordens, e mantêm a expectativa de que a situação judicial do ex-presidente fique mais favorável.
Com as mudanças no cenário político e judicial, a análise sobre a possibilidade de prisão domiciliar para Bolsonaro reflete não apenas as incertezas jurídicas, mas também os desafios enfrentados pelo governo Lula em um momento de polarização e tensões entre as instituições.