A icônica cirandeira Lia de Itamaracá, aos 81 anos, está no Rio de Janeiro participando do Mimo Festival, onde ressalta a ciranda como um símbolo de união e resistência. Ela expressa seu desejo de ver uma linda roda de ciranda para "espantar o ódio e o rancor de guerras que o mundo está vendo acontecer".
Lia, reconhecida pelo seu trabalho com a cultura popular pernambucana, planeja lançar um novo álbum em parceria com a cantora Daúde. Em sua trajetória, conquistou o título de "rainha" da ciranda, reafirmando seu legado de amor e dedicação à cultura de seu estado.
"Ganhei esse reconhecimento do povo pelo meu trabalho com a cultura popular. Sempre fiz isso com muito amor, levando meu Pernambuco comigo por onde passei", compartilha a artista. Em seus 81 anos, Lia tem um firme propósito para sua carreira: "Eu só paro quando Deus me levar ou quando eu não puder mais cantar. Estou aqui plantando a semente para deixar esse legado para as próximas gerações".
Além dos palcos, Lia dirige o projeto Ciranda da Resistência, na Embaixada da Ciranda, em Itamaracá, que integra música, coco de roda, e outras manifestações culturais. No Mimo Festival, ela se apresenta nesta sexta-feira (20) na Arena Carioca Jovelina Pérola Negra, e já participou de um roda de conversa no Fórum de Ideias.
O Rio de Janeiro possui um lugar especial em sua vida: foi onde começou seu relacionamento com o músico Toinho Januário, há quase 50 anos. "Isso aconteceu na minha primeira viagem ao Rio, quando ele viajou para tocar comigo", relembra Lia.
"Cantar é tudo para mim; já gravei quatro discos e agora vou lançar mais um. Estou muito feliz com isso. Esse novo álbum é uma parceria com minha amiga Daúde, e vai sair pelo Selo Sesc", finaliza a artista, que valoriza a importância da ciranda como uma dança que promove a inclusão e a alegria, onde todos podem participar, independente de suas diferenças.