Bombardeios americanos e reações contrastantes
O recente bombardeio americano às instalações nucleares do Irã revelou uma intensa disputa narrativa entre os envolvidos. Enquanto os Estados Unidos e Israel afirmam que os ataques causaram danos severos ao programa nuclear iraniano, o governo iraniano contesta essas alegações, evitando detalhar a extensão dos possíveis estragos.
Trump anuncia retomada de negociações
No contexto de um frágil cessar-fogo entre Irã e Israel, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que as negociações sobre um acordo nuclear com Teerã serão retomadas na próxima semana. Trump, no entanto, minimizou a urgência de um entendimento, afirmando que, segundo suas informações, as capacidades nucleares iranianas já teriam sido completamente destruidas.
Disputas sobre os efeitos dos ataques
Ao mesmo tempo, o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, respaldou a narrativa de Trump, afirmando que o programa nuclear iraniano foi significativamente danificado. Ele foi enfático ao declarar que as evidências dos ataques estão enterradas sob uma montanha, enquanto Trump comparou os bombardeios ao impacto das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki.
Pontos de vista divergentes sobre o impacto
Por outro lado, um relatório da Agência de Inteligência de Defesa (DIA) indica que os danos foram limitados e que o programa nuclear iraniano foi atrasado em meses e não anos, como afirmam os líderes americanos. Essa informação contrasta com as declarações feitas pelo secretário de Estado, Marco Rubio, que sustentou que o programa iraniano foi adiado durante anos.
Narrativa iraniana e declarações de líderes
Do lado iraniano, a posição tem sido de negação das alegações de danos severos. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou que Israel não conseguiu atingir seus objetivos de desestabilização e exterminação do conhecimento científico. As autoridades iranianas têm evitado fornecer informações detalhadas sobre os danos causados pelos bombardeios, embora admitam a existência de danos às instalações nucleares.
Reação de Israel e apoio à narrativa americana
Israel, por sua vez, tem reforçado a narrativa de sucesso militar, com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas israelenses, general Eyal Zamir, afirmando que os danos ao programa nuclear do Irã foram extensivos. A Comissão de Energia Atômica de Israel declarou que os ataques destruíram a infraestrutura crítica do programa, o que coincide com a análise do Instituto para Ciência e Segurança Internacional, que prevê uma longa recuperação para o Irã.
Avaliação da AIEA e possibilidade de solução diplomática
Por fim, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, afirmou que, embora o programa atômico iraniano tenha sido significativamente atrasado, é desafiador determinar a extensão do retrocesso. Grossi enfatizou a necessidade de soluções diplomáticas, considerando uma abertura que não deve ser desperdiçada. Ele defendeu que a tecnologia e a capacidade industrial do Irã permanecem intactas e que o crucial é encontrar um caminho que resista ao teste do tempo.