Na madrugada de quarta-feira (25), a cidade de Caconde, em São Paulo, registrou uma temperatura alarmante de 3,6º C, gerando preocupação entre os produtores de café da região. A onda de frio intenso, embora não tenha gerado geadas, pode comprometer a colheita e a próxima florada das lavouras, trazendo temor para os cafeicultores locais.
O cafeicultor César Dissordi expressou sua apreensão em relação às condições climáticas. Em sua propriedade, que conta com 80 mil pés de café cultivados por gerações de sua família, ele enfatizou: "Está muito frio, mas não teve geada, porém estamos muito preocupados com a lavoura recém plantada de café porque é mais suscetível".
De acordo com informações do Sindicato do Produtor Rural de Caconde, existem mais de 2 mil propriedades dedicadas ao cultivo do café na cidade, que é considerada a maior produtora do grão no estado de São Paulo. A maioria dos agricultores é de famílias que dependem diretamente da cafeicultura para sua subsistência.
Caconde localiza-se em uma região montanhosa, o que favorece a plantação de cafés especiais. O clima é adequado para o cultivo, com temperaturas ideais entre 18ºC e 20ºC. No entanto, quando as temperaturas caem significativamente, isso pode prejudicar os pés de café. Dissordi alertou que a planta é sensível ao vento frio e às geadas, que podem queimar a flora.
A época de colheita do café no Brasil normalmente se estende de maio a agosto, mas o frio intenso pode afetar o ciclo produtivo. "Se fizer frio intenso, o botão floral começa a ser prejudicado, a época de frente fria forte é muito tensa para o cafeicultor. Com a geada, a seiva da planta congela e queima a planta de dentro para fora. Muitas vezes, o cafeicultor precisa cortar o pé de café, e a planta só volta a produzir três anos depois", explicou Dissordi, ressaltando a preocupação com o atual período de colheita e com o nascimento dos botões florais.
Com essas condições adversas, as expectativas para a safra de café em Caconde estão em xeque, o que pode afetar não apenas os agricultores, mas também a economia da região como um todo.