A Câmara e o Senado tomaram a decisão de derrubar o aumento do IOF proposto pelo governo, provocando uma reação do presidente da Câmara, Hugo Motta. Ele ressaltou que "cada Poder tem que entender o limite", numa crítica direcionada ao Palácio do Planalto. Apesar da derrota do governo, Motta procurou minimizar a crise e negou qualquer mal-estar com o Executivo, afirmando que o resultado da votação reflete o sentimento da Casa.
O projeto que anulou o decreto que eleva o IOF foi amplamente apoiado na Câmara, onde obteve 383 votos a favor e 98 contrários. No Senado, a votação foi simbólica, sem registro nominal dos votos. Motta enfatizou que não houve reuniões com representantes do governo desde que decidiu pautar o assunto, mas que está aberto a diálogos caso seja procurado.
O presidente da Câmara destacou que a recente votação representa a posição do Legislativo em relação ao aumento do imposto, que já teve três decretos diferentes, gerando incerteza. O primeiro decreto, publicado em 22 de maio, elevou as alíquotas de diversas operações, mas a administração se viu forçada a recuar, especialmente na tributação de remessas ao exterior, devido às fortes críticas do mercado.
A aprovação do projeto na Câmara aponta para um descontentamento entre os parlamentares em relação às decisões do governo. Hugo Motta, ao falar após a sessão, apontou que a situação deve ser um alerta para que o governo compreenda os limites de sua atuação e respeite as posições do Congresso Nacional.
O desfecho dessa situação evidencia um movimento significativo no cenário político, onde a resistência do Legislativo se torna evidente frente a medidas que afetam a economia. O impacto dessa decisão poderá repercutir em futuras relações entre os dois Poderes.
Com essa votação, a Câmara e o Senado demonstram sua força e disposição em contestar as políticas do governo, refletindo o anseio por uma maior autonomia e diálogo dentro do processo democrático.