DJ é abordado por tocar música no Vale da Lua
Um vídeo que se tornou viral nas redes sociais mostra um DJ tocando música eletrônica no Vale da Lua, uma das mais renomadas atrações da Chapada dos Veadeiros, localizada em Alto Paraíso, Goiás. As imagens registram o momento em que o homem montou seu equipamento em uma pedra e começou a se apresentar com duas caixas de som posicionadas entre as rochas. Porém, a administração do local rapidamente interveio e interrompeu a performance, uma vez que estava em desacordo com as normas estabelecidas para a área.
A regulamentação do espaço natural
Robson Norberto, administrador do Vale da Lua, explicou que o DJ acessou o parque com os equipamentos escondidos em uma mochila, fato que passou despercebido na entrada. Na recepção do local, há sinalizações claras que proíbem o uso de aparelhos de som, além de avisos ao longo da trilha. "O que aconteceu foi que o visitante entrou com as caixas ocultas e começou a tocar; assim que percebemos, nossos guarda-vidas o instruíram a desligar imediatamente. O rapaz pediu desculpas e afirmou não saber que era proibido", relatou Robson.
Infrações e o impacto ambiental
A advogada Eloisa Martinelli Dal Bem ressaltou que a utilização de som amplificado em ambientes naturais pode caracterizar infração ambiental, afetando a fauna local e a experiência de outros visitantes. "O ruído interfere nos ciclos dos animais silvestres, causa estresse e prejudica a tranquilidade do espaço natural", alertou. Ela ainda citou a legislação ambiental que protege contra poluição sonora e as sanções previstas para quem gerar ruído excessivo.
Possíveis consequências legais
O professor de direito ambiental, Luciano Almeida de Oliveira, complementou que ações de poluição sonora em áreas como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros podem resultar em penalidades administrativas e até mesmo em ações civis públicas promovidas pelo Ministério Público Federal (MPF). O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) também poderá aplicar multas para fiscalizar e proteger as áreas de conservação.
Orientações para o uso de som em áreas naturais
Para aqueles que desejam realizar atividades com som em áreas protegidas, Martinelli recomenda uma série de cuidados: verificar se há autorização formal do ICMBio, respeitar os limites de ruído que geralmente devem ficar abaixo de 85 dB, e ter consciência dos impactos que isso pode causar no ambiente e na experiência dos visitantes. Ela reiterou a necessidade de seguir as normas para garantir a preservação desses espaços naturais e a qualidade da visita para todos.
O caso no Vale da Lua
Conforme relatado, a administração do Vale da Lua não registrou nenhum boletim de ocorrência sobre o incidente, mas notificou o DJ sobre as proibições do local. O episódio gerou discussões sobre a importância de respeitar as regulamentações em áreas naturais, enfatizando a necessidade de conscientização sobre o impacto das ações individuais na preservação ambiental.