Queda nos Nascimentos no Brasil
Em 2023, o Brasil alcançou um marco inquietante ao registrar o menor número de nascimentos em quase cinco décadas, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número médio de filhos por mulher caiu drasticamente, o que reflete uma mudança significativa nas decisões reprodutivas das brasileiras.
Mudanças na Maternidade ao Longo dos Anos
Segundo o Censo Demográfico de 2022, a média de filhos por mulher no Brasil foi de 6,28 em 1960, reduzindo para alarmantes 1,55 em 2022. Esta queda reflete uma tendência crescente de mulheres que não têm filhos ou optam por ser mães em idades mais avançadas. O impacto é mais perceptível na região Norte, onde a fecundidade diminuiu de 8,56 para 1,89 no mesmo período.
Idade das Mães em Ascensão
Além da redução no número de filhos, as brasileiras estão adiando cada vez mais o momento de se tornarem mães. O Censo revelou que a idade média em que as mulheres têm seu primeiro parto subiu de 26,3 anos em 2000 para 28,1 anos em 2022. Essa mudança é acompanhada por um aumento na proporção de mulheres entre 50 e 59 anos que não tiveram filhos, que passou de 10% para mais de 16%. A média de nascimentos nessa faixa etária também caiu de 4,2 para 2,2.
Diferenciações por Religião e Escolaridade
Os dados divulgados pelo IBGE também mostram diferenças significativas na taxa de fecundidade entre grupos religiosos e níveis de escolaridade. As mulheres evangélicas registraram a maior taxa de fecundidade, com uma média de 1,74 filhos, superando a média nacional de 1,55. Para católicas, a média está em 1,49, enquanto praticantes de umbanda e candomblé apresentam uma média de 1,25 e mulheres espíritas, 1,01.
Impacto da Escolaridade na Maternidade
No que diz respeito à educação formal, as brasileiras com nível superior têm uma taxa de fecundidade de 1,19, e costumam ter seu primeiro filho entre 30 e 31 anos. Em contraste, aquelas que não concluíram o ensino fundamental apresentam uma média de 2,01 filhos, tendo seu primeiro filho entre 26 e 27 anos. Essa tendência ressalta a relação entre educação e decisões reprodutivas, com mulheres mais escolarizadas optando por ter menos filhos e esperar mais para iniciar a maternidade.
Perspectivas Futuras
As profundas mudanças no comportamento das brasileiras em relação à maternidade trazem à tona novas questões sociais e demográficas. A redução da taxa de natalidade e o aumento da idade das mães podem ter impactos significativos na estrutura familiar e na sociedade brasileira nos próximos anos.