O Ministério da Saúde anunciou uma nova estratégia para otimizar a entrega de resultados do teste do pezinho, um exame crucial para a detecção precoce de doenças em recém-nascidos. Com um contrato de R$ 15,2 milhões firmado com os Correios, a expectativa é que o tempo de entrega dos resultados seja reduzido para até cinco dias, metade do tempo atual.
O teste do pezinho é fundamental para identificar doenças genéticas, imunológicas e metabólicas logo nos primeiros dias de vida do bebê, proporcionando um início imediato ao tratamento quando necessário. Entretanto, o acesso a esses resultados tem sido complicado em áreas remotas do Brasil, o que motivou essa nova parceria com os Correios.
A nova medida, anunciada durante uma agenda do ministro Alexandre Padilha no Instituto J Clemente, inclui também a centralização dos laboratórios, o que visa a reduzir custos com manutenção de equipamentos e insumos utilizados para a realização dos exames.
Além do investimento nos Correios, o governo está ampliando o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) com um aporte adicional de R$ 30 milhões, totalizando R$ 130 milhões anuais. Essa verba será direcionada para os estados que possuem Serviços de Referência em Triagem Neonatal, que receberão juntos R$ 14,9 milhões.
Essas mudanças têm como objetivo estruturar a base necessária para que o teste do pezinho seja realizado de forma mais ampla e ágil, especialmente em estados com menor população que enfrentam dificuldades logísticas. O ministro ressaltou a importância dessa criação de centros macrorregionais de referência, que promoverá maior escala e qualidade na realização dos testes.
Atualmente, o teste do pezinho, feito pela coleta de sangue do calcanhar entre o segundo e o quinto dia de vida do recém-nascido, é essencial para verificar a presença de sete doenças, como fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito. Embora uma lei para a ampliação desse exame tenha sido sancionada em 2021, a efetivação ainda não foi totalmente realizada, conforme observou Daniella Neves, gerente de saúde do Instituto J Clemente, em artigo recente.
O acesso a esse teste é um direito das famílias e representa a melhor maneira de assegurar um diagnóstico precoce, evitando complicações e possíveis mortes de bebês, conforme enfatizado por especialistas da área.