O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza uma audiência pública nesta sexta-feira sobre a obrigatoriedade de execução de emendas parlamentares. O evento reunirá importantes lideranças, como os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que defenderão a importância das verbas indicadas pelo Legislativo.
A audiência foi convocada pelo ministro Flávio Dino, que tem sido o relator de diversas ações que questionam as regras das emendas. Desde o ano passado, Dino tem tomado decisões que têm gerado descontentamento entre os parlamentares, ao restringir o pagamento de recursos e exigir maior transparência. Hugo Motta, em particular, expressou seu desconforto com algumas dessas decisões.
A insatisfação de Motta foi um fator que contribuiu para a recente aprovação de um projeto que anulou os efeitos de um decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Este projeto foi aprovado na quarta-feira por uma ampla margem de votos.
Ao anunciar a audiência no mês passado, Flávio Dino enfatizou a relevância social, econômica e jurídica do debate sobre a impositividade das emendas parlamentares. Ele destacou que o evento deverá contar com argumentos de especialistas de diferentes áreas do conhecimento, promovendo um diálogo qualificado.
No entanto, o ministro ressaltou que o foco da audiência não é tratar de denúncias, situações de improbidade ou desvios de recursos públicos, que são abordados em investigações policiais e ações judiciais em andamento.
O governo federal será representado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, enquanto o Tribunal de Contas da União será representado pelo ministro Jorge Oliveira. Também participam da audiência especialistas como Élida Graziane Pinto, professora de Finanças Públicas da FGV, e o economista Felipe Salto.
Este encontro faz parte de um conjunto de ações propostas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pelo PSOL e pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), sinalizando a importância da transparência e regulamentação em questões financeiras públicas.