Congresso aprova aumento polêmico de deputados federais
No Brasil, o Congresso Nacional tomou uma decisão polêmica ao aprovar o aumento do número de deputados federais de 513 para 531. A medida, que visa ajustar a proporcionalidade entre os estados, ocorreu em meio a festas juninas, resultando em pouca atenção por parte do público. Com uma reprovação de 76% segundo pesquisa do Datafolha, a ampliação gerou críticas sobre sua validade técnica e a ampliação das distorções na representação, principalmente no caso de São Paulo.
Justificativas por trás da alteração
A proposta, aprovada por 41 votos no Senado – o mínimo necessário para sua aprovação – gera desconforto e desconfiança entre eleitores. A ânsia por discutir temas como a cobrança do IOF e os resultados de times brasileiros no Mundial de Clubes ofuscou a importância da mudança na composição da Câmara. Embora a Constituição determine ajustes na representação com base na população, essa regra é frequentemente malinterpretada e, na prática, não é aplicada desde 1994.
A inércia dos censos populacionais
Historicamente, o ajuste na quantidade de representantes deve ocorrer após a divulgação dos dados do Censo, o que apenas aconteceu uma vez desde 1994. A última atualização feita pelo STF requereu que o Congresso realizasse a redistribuição com base nos dados do Censo de 2022, o que culminou na votação da nova regra apenas cinco dias antes do prazo final. Enquanto isso, estados como o Amazonas e a Paraíba apresentaram discrepâncias significativas na distribuição de cadeiras, mesmo com populações semelhantes.
Consequências da ampliação
A nova configuração da Câmara dos Deputados trouxe à tona um paradoxo: apesar de alguns estados, como Pará e Santa Catarina, conquistarem representações mais justas, a distorção global na composição da Câmara aumentou. O estado de São Paulo, antes com 13,7% das cadeiras, verá sua participação reduzida para 13,2%, o que levanta questionamentos sobre a eficácia da reforma. Com a alegação de buscar proporcionalidade, os congressistas pareceram ignorar a real necessidade de uma representação condizente com o crescimento populacional.
Reações e repercussões da aprovação
Cientes da rejeição popular, movimentos começaram a surgir em protesto contra a ampliação, e a campanha "Não precisamos de mais deputados" ganha força entre a população. O sentimento generalizado é de que mais deputados significará maior gasto público com salários e estrutura, sem melhorias significativas na representação. Ao que parece, os representantes eleitos estão, mais uma vez, distante das verdadeiras necessidades dos cidadãos.
"A proposta é tecnicamente frágil e ainda piorou a situação atual. Melhor que não tivessem feito nada." – Jairo Nicolau, cientista político.