Em meio a um cenário político desafiador, o deputado Rui Falcão, ex-presidente do PT, busca retomar a liderança do partido para reforçar a importância de seus princípios fundadores e ressaltar a necessidade de independência em relação ao governo. Falcão critica a dependência de acordos com a direita, considerando-a um "suicídio político" e defendendo uma postura de enfrentamento e mobilização social.
"O PT precisa retomar seus princípios fundadores, reafirmar o compromisso com a transformação social e ajudar a classe trabalhadora a se organizar," afirmou Falcão, indicando seu compromisso com uma nova estratégia política para o partido. Em sua visão, a sigla não deve se tornar um "puxadinho" do governo e deve estar disposta a criticar quando necessário.
Durante uma recente entrevista, Rui Falcão foi questionado sobre sua intenção de voltar à presidência do partido e enfatizou a urgência de um debate político mais robusto, considerando que o PT está gradualmente perdendo sua identidade. "Precisamos retomar a presença cotidiana no território, e não apenas nas campanhas eleitorais," disse ele, sugerindo que a sigla deve engajar-se mais ativamente em questões sociais.
A crescente fragmentação da classe trabalhadora e a perda de conexão com suas bases sociais foram temas abordados por Falcão, que ainda destacou a alienação gerada pelo controle do "algoritmo" na vida das pessoas. "Precisamos dialogar com aqueles que estão à margem e mostrar que eles ainda enfrentam exploração e opressão," completou.
Ao falar sobre a relação do PT com o governo, Falcão enfatizou que, embora o partido deva apoiar ações da administração, é vital que ele mantenha sua voz e autonomia para criticar. "Essa divisão de papéis precisa ser clara, ou o PT será apenas um satélite do governo," advertiu.
Com as eleições de 2026 se aproximando, o ex-presidente do PT defende alianças que se baseiem em princípios sólidos, e não apenas em negociações por cargos ou influência. "O partido deve focar em um programa que abranja as reivindicações da classe trabalhadora e fortaleça a democracia," argumentou. Rui Falcão também analisou a situação atual do governo e a atmosfera hostil que enfrenta, comparando-a a eventos históricos em que concessões levaram a consequências drásticas.
Finalmente, Falcão concluiu que o futuro do PT deve ser construído coletivamente, independentemente da liderança de um único indivíduo. "O PT é uma organização coletiva e precisa ser mais durável que seus líderes individuais," afirmou, indicando que mudanças estruturais são necessárias para assegurar a continuidade do partido e o legado de suas lutas históricas.