A Justiça de São Paulo deu início, nesta segunda-feira (30), à primeira audiência de instrução sobre a emboscada realizada por torcedores palmeirenses contra membros da torcida cruzeirense, que resultou na morte de um torcedor e ferimentos em outros 15. O ato de violência ocorreu em outubro de 2024, na Rodovia Fernão Dias, e chocou o cenário esportivo da região.
Neste primeiro momento do processo, a audiência começou por volta das 11h e se estendeu até às 19h. O Tribunal de Justiça (TJ) confirmou que 12 vítimas estão envolvidas no caso, além de 8 testemunhas de acusação e 37 de defesa que devem ser ouvidas. Até o fechamento da primeira sessão, cinco das 12 vítimas e seis das 8 testemunhas da acusação já haviam prestado depoimentos. A audiência terá continuidade nesta terça-feira (1º), às 10h, quando serão ouvidas as testemunhas de defesa, além de possíveis interrogatórios dos réus.
A emboscada foi meticulosamente planejada pela torcida Mancha Alviverde, que filmou as agressões e compartilhou as imagens em redes sociais. A ação resultou em 27 torcedores palmeirenses acusados de homicídio e tentativas de assassinato, além de incêndio, após terem atacado torcedores cruzeirenses e incendiado seus ônibus. O cruzeirense José Victor Miranda foi uma das vítimas fatais do incidente, queimado durante os ataques. Atualmente, 21 dos acusados estão presos, enquanto seis permanecem foragidos.
A mãe de José Victor, Jaqueline Alves, expressou seu desejo de justiça, afirmando: “Não queremos vingança, apenas justiça. Isso é o mínimo por tudo o que ele significava pra nós.” No total, 20 palmeirenses se tornaram réus neste processo, sendo que 16 já se encontram detidos.
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Os réus incluem Jorge Luiz Sampaio Santos, ex-presidente da Mancha, que renunciou ao cargo antes de se entregar à polícia; Felipe Mattos dos Santos, o Fezinho, ex-vice-presidente que está preso; e outros torcedores, sendo que alguns estão foragidos. As defesas de vários réus afirmam que as acusações não têm fundamento e garantem que provarão a inocência de seus clientes.
O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil continua suas investigações sobre o caso, já tendo identificado mais 16 envolvidos na emboscada, mas que ainda não foram indiciados ou presos. No total, 43 pessoas já foram apontadas como suspeitas, de acordo com informações disponibilizadas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).
\nEnquanto a Justiça avança neste caso complexo, a sociedade aguarda respostas sobre a segurança em eventos esportivos e a responsabilização dos torcedores envolvidos em atos de violência.