A corrida presidencial para 2026 ganha novos contornos, segundo uma pesquisa realizada no último domingo na Avenida Paulista. O deputado federal Eduardo Bolsonaro surge à frente da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, marcando 28% das intenções de voto, em comparação aos 14% de Michelle. Liderando a pesquisa, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas aparece com 30%, mas a diferença entre ele e Eduardo é considerada técnica devido à margem de erro da pesquisa.
O ato público do último domingo, convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, teve uma presença reduzida, com aproximadamente 12,4 mil participantes, número inferior aos eventos anteriores. A pesquisa foi realizada pelo Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP), que captou as intenções de voto entre os apoiadores do ex-presidente.
Conforme os dados levantados, caso Jair Bolsonaro não seja um candidato viável, Tarcísio de Freitas é visto como o preferido por 30% dos presentes. Eduardo é mencionado por 28%, seguido por Michelle, com 14%. A margem de erro de quatro pontos percentuais coloca Eduardo e Tarcísio em uma disputa acirrada.
Além das intenções de voto, a pesquisa também abordou questões polêmicas sobre o estado de defesa sugerido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dos entrevistados, 55% consideram essa medida adequada, enquanto 57% acreditam que a proposta de intervenção militar no TSE seria constitucional. Somente 4% dos indagados a classificaram como inconstitucional.
Outra questão abordada na pesquisa revelou que 43% dos presentes concordam inteiramente com a afirmação de que aqueles que pediam intervenção militar ao final do governo Bolsonaro eram "malucos". 19% concordam em parte, mas a maioria expressou apoio à ideia de que a incorporação de medidas drásticas é justificável.
A pesquisa abrangeu 591 pessoas, questionadas entre 13h30 e 17h, durante o pico da manifestação, que aconteceu às 15h40. Comparado a protestos anteriores, como o de 6 de abril, que teve cerca de 44,9 mil pessoas, o público deste domingo representou uma notável desidratação de apoio.
No entanto, figuras como o senador Flávio Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia minimizaram a queda no público, ressaltando a importância da mensagem ser divulgada nas redes sociais. Flávio disse que o que realmente importa é a repercussão na internet, enquanto Malafaia comparou a situação, afirmando que o presidente Lula não consegue reunir a mesma quantidade nas ruas.
O tema central do protesto, que adotou o lema "Justiça Já", englobou não apenas políticos aliados a Jair Bolsonaro, mas também diversas lideranças evangélicas que se envolveram na cobrança por uma ação efetiva em vez de meras orações. A pressão por um golpe de Estado no STF parece ganhar força, especialmente após o interrogatório de Bolsonaro por Alexandre de Moraes, que ocorreu há algumas semanas.