Após um primeiro semestre marcado por volatilidade, o mercado de ações parece estar retornando ao que especialistas chamam de 'melt-up'. O analista de mercado Ed Yardeni observa que, com o fortalecimento da economia dos Estados Unidos e a diminuição dos riscos provenientes de tarifas, o S&P 500 pode alcançar um crescimento de até 60% até o final da década.
Yardeni, presidente da Yardeni Research e um respeitado analista, prevê que o índice S&P 500 poderá se aproximar de 6.500 pontos até o final deste ano, representando um aumento de cerca de 5% em relação aos níveis atuais. No entanto, seu prognóstico a longo prazo é ainda mais otimista, sugerindo que o índice poderia atingir os 10.000 pontos até 2030.
"Acredito que o atual mercado de baixa está seguindo um padrão semelhante ao que observamos na década de 1990, onde as ações podem experimentar um rali extraordinário, mas insustentável", explicou Yardeni. Ele também alertou que a formação de uma bolha especulativa é um dos maiores riscos para os investidores neste momento, especialmente após a recente quebra de recordes do S&P 500.
A força da economia americana é um dos fatores que contribuem para essa recuperação. Apesar de alguns dados econômicos, como as vendas no varejo, terem ficado abaixo das expectativas, Yardeni ressalta que essas flutuações são reflexo de incertezas temporárias, principalmente associadas a tarifas comerciais.
O otimismo dos investidores foi impulsionado por eventos recentes, como o anúncio de que os Estados Unidos e a China chegaram a um acordo comercial preliminar e a decisão do Canadá de cancelar um imposto sobre serviços digitais que havia ameaçado interromper negociações comerciais. "Embora a questão comercial ainda não esteja completamente resolvida, tenho certeza de que estará até o final do verão", afirmou Yardeni.
As recentes ações do governo de Trump, que suspendeu uma série de tarifas e avançou em acordos com parceiros comerciais, têm levado analistas de Wall Street a adotar uma perspectiva mais otimista em relação ao mercado.