Operação do MPT Revela Condições Degradantes de Trabalhador Rural
Na última quarta-feira (2), uma ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou um trabalhador rural que vivia em condições análogas à escravidão em uma plantação de café localizada em Santo Antônio da Alegria, interior de São Paulo. O homem, que residia em um casebre precário, tinha como rotina beber água contaminada por agrotóxicos.
Condições de Trabalho Alarmantes
A equipe do MPT, ao chegar ao local, encontrou o trabalhador morando em um espaço sem as mínimas condições de higiene e segurança. O casebre carecia de forro no teto e apresentava fiação elétrica exposta, além de um botijão de gás armazenado dentro do imóvel. Durante as investigações, o homem relatou que o veneno utilizado na plantação era frequentemente descartado próximo à fonte de água, levando-o a sentir um gosto amargo ao consumi-la.
Descumprimento das Leis Trabalhistas
Outro ponto crítico observado foi que o trabalhador atuava na fazenda há mais de dez anos sem registro em carteira de trabalho, e não teve acesso a férias durante todo esse período. Essa situação reforça a violação dos direitos trabalhistas, sendo um claro exemplo das práticas de escravidão moderna que ainda persistem no Brasil.
Acordo entre MPT e Empregador
O empregador da plantação de café aceitou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), comprometendo-se a pagar R$ 50 mil em verbas rescisórias, além de R$ 10 mil a título de dano moral individual à vítima. Essa quantia é uma tentativa de reparar, ainda que de forma limitada, as injustiças enfrentadas pelo trabalhador ao longo dos anos.
Retorno à Família e Perspectivas Futuras
Após o resgate, na noite de quarta-feira, o homem embarcou em um ônibus rumo a São Paulo, onde se reunirá com um irmão e terá a oportunidade de reconstruir sua vida longe das condições opressoras em que viveu. A operação realizada pelo MPT destaca a importância da fiscalização e a necessidade urgente de proteger os direitos dos trabalhadores rurais no Brasil.