A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) comemora hoje um mês foragida da Justiça, após seu nome ser incluído na difusão vermelha da Interpol, a pedido da Polícia Federal (PF). A parlamentar fugiu do Brasil para evitar a execução da pena de dez anos de prisão, decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido ao seu envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Condicionada a uma pena rigorosa e à inelegibilidade por oito anos, Zambelli deixou o país em 25 de maio, passando pela fronteira do Brasil com Argentina. Após uma escala em Buenos Aires, onde embarcou para os Estados Unidos, fez uma declaração em 3 de junho sobre sua fuga, afirmando que se dirigiria à Itália, onde possui cidadania, acreditando que estaria "intocável".
Contrariando suas promessas de uma campanha contra o STF, similar à realizada pelo deputado Eduardo Bolsonaro, na Europa, Zambelli submergiu após o pedido de prisão preventiva feito por Alexandre de Moraes. Desde que chegou a Roma em 5 de junho, a parlamentar não se manifestou publicamente, exceto por uma gravação em que se identifica como "exilada política" e pede apoio a seus seguidores.
As autoridades italianas, que mantêm buscas ativas pelo seu paradeiro, concentram esforços na região metropolitana de Roma. Informações sugerem que ela estaria em um imóvel alugado na área, acompanhada do marido, Aginaldo Oliveira, que foi exonerado de sua posição como secretário de Segurança Pública em Caucaia (CE) há poucos dias.
Após um tempo sem aparições, Zambelli quebrou o silêncio com um vídeo convocando para um ato em São Paulo, mas suas redes sociais permanecem bloqueadas por decisão do STF. Um youtuber ajudou a descobrir a localização de um vídeo gravado nos EUA, levando a deputada a fazer novos registros em ambiente controlado.
O advogado Fábio Pagnozzi agora defende Zambelli, em uma tentativa de evitar sua extradição para o Brasil. A atual posição do governo italiano, sob a liderança da direitista Giorgia Meloni, pode influenciar o futuro da deputada, uma vez que existem precedentes de brasileiros com cidadania italiana extraditados para cumprir pena no país.
A defesa de Carla Zambelli não fez comentários a respeito das ações legais em curso.