CEO da Ford alerta para a ameaça da inteligência artificial
Jim Farley, CEO da Ford, se juntou a outros executivos ao sinalizar que a inteligência artificial (IA) pode eliminar até metade dos empregos de colarinho branco nos Estados Unidos. Durante sua participação no Aspen Ideas Festival em 27 de junho, Farley destacou a importância das profissões técnicas em um cenário de queda nas contratações no setor tecnológico.
Um olhar pessoal sobre o valor das profissões técnicas
Refletindo sobre a trajetória de sua família, Farley mencionou que seu avô, órfão no Michigan, construiu uma carreira na Ford começando como empregado horário. "Olhe ao redor da sala", frisou ele. "Em algum momento, quase todas as suas famílias vieram desse tipo de trabalho". Essa perspectiva se torna mais relevante, segundo Farley, à medida que os sistemas educacionais nos EUA priorizam os diplomas de quatro anos, em detrimento da formação em profissões técnicas.
Perigos da IA e resistência ao "sugarcoating"
Farley afirmou que "a inteligência artificial vai substituir literalmente metade de todos os trabalhadores de colarinho branco nos EUA". Diante deste cenário, muitas pessoas têm buscado mais as habilidades das profissões técnicas. O CEO da Anthropic, Dario Amodei, também mencionou que a IA pode eliminar a metade dos empregos de escritório de nível inicial nos próximos cinco anos, alertando que empresas e governos devem parar de "diplomar" os riscos associados a essa substituição massiva de postos de trabalho.
Perspectivas divergentes sobre o futuro do trabalho
Embora a mensagem de alerta seja comum, nem todos os líderes compartilham a mesma visão. Andy Jassy, CEO da Amazon, comunicou aos seus funcionários em junho que cortes de empregos corporativos são esperados devido à IA generativa, embora tenha mencionado que a nova tecnologia também criará oportunidades em robótica. Por outro lado, Ravi Kumar, CEO da Cognizant, acredita que a IA vai gerar mais empregos para graduados e que a criatividade na integração humana será essencial.
Diminuição em contratações e nova tendência do mercado
Na primeira metade do ano, postagens de emprego para colarinho branco caíram 12,7%, comparado a uma queda de 11,6% entre os empregos de colarinho azul. A desaceleração no setor tecnológico afetou drasticamente as contratações, com a contratação de novos graduados pelas grandes empresas de tecnologia caindo cerca de 50% desde antes da pandemia, segundo a SignalFire. Tal cenário tem levado a geração Z a se voltar cada vez mais para empregos de colarinho azul, considerados por alguns especialistas em IA como a opção mais segura no mercado de trabalho, pelo menos por enquanto.