Discurso de Lula na 17ª Cúpula dos Brics
No último domingo, 6 de julho de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso marcante na abertura da 17ª Cúpula dos Brics, que ocorreu no Rio de Janeiro. Ele abordou um cenário internacional cada vez mais adverso e expressou sua condenação às guerras armadas, ressaltando que desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo enfrenta um número sem precedentes de conflitos armados.
Críticas ao Funcionamento da ONU
Lula mencionou a Organização das Nações Unidas (ONU) durante sua fala, evidenciando o colapso do multilateralismo. O presidente criticou a forma como o Conselho de Segurança opera, enfatizando que suas reuniões têm resultado em uma perda de credibilidade e efetividade. “A ONU completou 80 anos no último dia 26 de junho, e presenciamos colapso sem paralelo do multilateralismo”, afirmou.
Investimentos em Guerra versus Paz
Ele refletiu sobre a relação entre investimentos e conflitos e afirmou: "sempre é mais fácil investir na guerra do que na paz". Lula também destacou a falta de comprometimento político na aplicação de recursos para o desenvolvimento social, evidenciando a necessidade de priorizar a paz e o desenvolvimento humano.
Gaza e Genocídio
No discurso, o presidente brasileiro usou o termo genocídio ao se referir ao conflito na Faixa de Gaza. Ele chamou a atenção para a posição do Brasil em relação às violações da integridade territorial do Irã, assim como em relação à Ucrânia. “Não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza. A solução só será possível com o fim da ocupação israelense e o estabelecimento de um Estado palestino soberano”, declarou.
Papel dos Brics na Promoção da Paz
Lula também destacou a diversidade e a representatividade dos países que compõem o Brics, que proporcionam à organização a capacidade de promover a paz e atuar na prevenção e intermediação de disputas. Ele defendeu ainda a necessidade urgente de reformar o Conselho de Segurança da ONU, afirmando: “Cada dia que passamos com uma estrutura internacional arcaica e excludente é um dia perdido para solucionar as graves crises que assolam a humanidade”.