O ex-ministro dos Transportes da Rússia, Roman Starovoit, cometeu suicídio nesta segunda-feira, poucas horas após ser demitido pelo presidente Vladimir Putin. Autoridades informaram que o corpo de Starovoit foi encontrado em um subúrbio de Moscou, com um ferimento de bala. O Comitê Investigativo da Rússia trata o caso como suicídio, embora o evento tenha gerado grande repercussão nas mídias.
A demissão, comunicada pelo Kremlin, foi atribuída a especulações sobre corrupção e desvio de fundos destinados a fortificações na região de Kursk, onde Starovoit havia sido governador antes de assumir o ministério. Diversas fontes indicaram que o decreto que o destituiu não trouxe mais esclarecimentos sobre as razões, mas a mídia estatal relacionou o ato a um possível processo criminal.
Este incidente ocorreu em um contexto tenso para a Rússia, marcado por caos nos aeroportos, resultante de ataques de drones ucranianos, que causaram cancelamentos e atrasos massivos em voos. Durante o fim de semana passado, 485 voos foram cancelados e 1.900 sofreram atrasos, a Agência Federal Russa de Transporte Aéreo atribuiu esses problemas à interferência externa.
Starovoit, de 53 anos, era ministro desde maio do ano anterior e tinha profundas raízes políticas na região de Kursk. Após o ocorrido, Putin se reuniu rapidamente com a equipe de Starovoit para nomear Andrei Nikitin como seu substituto imediato.
A morte de Starovoit traz à tona questões sobre a confiança na administração de Putin, especialmente em um período de crescente descontentamento social diante das consequências dos conflitos com a Ucrânia. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, procurou minimizar a situação, afirmando que a demissão não se relacionava a "uma perda de confiança" na condução política do ex-ministro.
O clima de insegurança se intensifica à medida que novos ataques aéreos da Rússia na Ucrânia resultaram na morte de pelo menos 12 civis e mais de 90 feridos nas últimas 24 horas. Esses eventos reiteram a gravidade da situação em que se encontra a Rússia, que permanece sob pressão tanto interna quanto externamente.
As repercussões do suicídio de Starovoit ainda devem ser amplamente analisadas, não apenas em termos de repercussão política, mas também na percepção da sociedade russa frente à administração atual e aos conflitos em curso.