O técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti, foi condenado a um ano de prisão por fraude fiscal, numa decisão que revoltou a comunidade esportiva. A condenação se refere a um esquema de ocultação de rendimentos através de empresas de fachada, supostamente realizado entre 2014 e 2015, época em que Ancelotti liderava o Real Madrid.
O tribunal espanhol ouviu as alegações do treinador, que declarou não ter conhecimento sobre a irregularidade de suas práticas. Ancelotti afirmou que o sistema que utilizou era comum entre jogadores e outros técnicos, destacando o caso do ex-treinador do Real Madrid, José Mourinho. Ele apontou que essa prática teve início no clube, sendo uma prática que muitos profissionais da área adotaram.
Além da pena de prisão, o treinador foi condenado a pagar uma multa de 387 mil euros, equivalente a cerca de R$ 2,4 milhões. Ancelotti também enfrentará restrições quanto a subsídios públicos, que não poderão ser recebidos por um período de três anos. Os promotores, no entanto, inicialmente solicitaram uma pena muito mais severa, de quatro anos e nove meses.
Conforme as investigações, Ancelotti não declarou mais de um milhão de euros (aproximadamente R$ 6 milhões) gerados com seus direitos de imagem. O técnico apenas reportou a sua faixa salarial recebida do clube, omitiu as rendas adicionais em suas declarações de impostos, o que motivou a acusação.
A decisão do tribunal levanta debates sobre as práticas comuns adotadas por figuras públicas no esporte e a necessidade de uma maior transparência nas declarações de imposto. Casos semelhantes também foram encontrados em denúncias anteriores envolvendo jogadores de futebol, que culminaram em sentenças mais brandas, frequentemente resolvidas por meio de acordos extrajudiciais.
Cabe agora observar como o técnico, respeitado por sua carreira, lidará com as consequências legais e a repercussão de suas ações sobre sua imagem e o comando da seleção brasileira.