Justiça de SP muda tipificação de morte de marceneiro
A Justiça de São Paulo reclassificou a morte de Guilherme Dias, um marceneiro negro de 26 anos, como homicídio doloso, conforme a decisão tomada em 11 de julho de 2025. O caso ocorreu no dia 4 de julho na Zona Sul de São Paulo, quando Guilherme foi atingido na cabeça por um tiro disparado por Fábio Anderson Pereira de Almeida, um policial militar que estava de folga. A reclassificação foi um pedido do Ministério Público, que argumentou que a análise inicial da polícia, que considerava o caso como homicídio culposo com legítima defesa, não era adequada e deveria ser julgada pelo Tribunal do Júri.
Contexto do crime e reações
O PM alegou que confundiu Guilherme com um assaltante enquanto pilotava sua moto na Estrada Ecoturística de Parelheiros. Durante a abordagem a suspeitos armados que tentavam roubar sua motocicleta, disparou, resultando na tragédia. Além de Guilherme, uma mulher que aguardava no ponto de ônibus foi atingida de raspão. O agente chegou a ser detido por homicídio culposo, mas logo foi liberado após pagar fiança de R$ 6,5 mil.
Familiares clamam por justiça
Roberto Souza, tio de Guilherme, expressou esperança de que a justiça prevaleça e questionou a presença de policiais que cometem tais atos na corporação. "Queremos que esse indivíduo seja colocado na cadeia", afirmou. A defesa do PM acredita que o tribunal será capaz de esclarecer os fatos e garantir a sua inocência.
A vida de Guilherme Dias
A vítima era conhecida por sua dedicação à família e ao trabalho na marcenaria, onde atuava há quase três anos. Os familiares e amigos ressaltaram a importância da figura de Guilherme em sua comunidade, destacando sua generosidade e vínculos familiares. A prima Larissa relembrou os momentos em família, apontando como ele foi querido entre os que o cercavam.
Perspectivas futuras
A morte de Guilherme, no entanto, levantou questões mais amplas sobre racismo estrutural e o uso da força policial. Sua esposa, Sthephanie, destacou o aspecto racial do crime, levantando discussões sobre a segurança e o tratamento de pessoas negras no Brasil. A Secretaria da Segurança Pública declarou que o caso está sendo conduzido por um inquérito e que estão sendo tomadas medidas para melhorar a formação policial, incluindo o combate ao racismo.
Memórias e homenagens
Guilherme estava em sua rotina habitual de trabalho, indo do serviço para casa, e planejava comemorar os dois anos de casado com Sthephanie. Os amigos e a comunidade prestaram homenagens ao marceneiro, refletindo a grande perda que sua morte representa para todos que o conheciam. O velório foi marcado por celebrações de sua vida econtribuições para a comunidade, deixando um legado de amor e saudade entre os familiares.