Estudo Revela Riscos Ocultos do Gabapentin
Pesquisadores da Case Western Reserve University descobriram que o uso do medicamento gabapentin, comumente prescrito para dor nervosa e síndrome das pernas inquietas, pode estar relacionado a um aumento no risco de demência. Este estudo, publicado na revista Regional Anesthesia Pain Medicine, analisou os registros médicos de mais de 26.000 pacientes com dor lombar crônica entre 2004 e 2024.
Associação Comprovada com Demência
Os cientistas identificaram que aqueles que utilizavam gabapentin com frequência – seis prescrições ou mais – apresentavam um risco 30% maior de serem diagnosticados com demência. Além disso, o risco de comprometimento cognitivo leve aumentava em 85% em comparação aos que não usavam o medicamento. Os resultados foram especialmente preocupantes para pacientes abaixo de 65 anos e para aqueles que recebiam 12 ou mais prescrições de gabapentin.
A Importância da Vigilância Médica
Embora os estudos retrospectivos não consigam estabelecer uma relação causal direta, a ligação observada entre o uso de gabapentin e o desenvolvimento de demência deve estimular novas pesquisas para explorar essa conexão. Os pesquisadores enfatizaram que, diante desses achados, os profissionais de saúde devem ser mais cautelosos e diligentes na supervisão da saúde cognitiva de pacientes que utilizam essa medicação. “Nossos resultados apoiam a necessidade de monitoramento próximo em adultos prescritos com gabapentin para avaliação de potencial declínio cognitivo”, afirmam os autores do estudo.
Implicações para o Tratamento da Dor Crônica
O gabapentin é tipicamente utilizado para tratar dores neuropáticas e, em alguns casos, para dor lombar crônica, especialmente na presença de envolvimento nervoso. A ação do medicamento se dá ao reduzir a atividade elétrica anormal nos neurônios do cérebro. Apesar de sua eficácia, a pesquisa sugere que médicos devem ser mais vigilantes ao prescrever essa droga, cientes dos possíveis riscos à saúde cerebral dos pacientes.
Um Futuro Necessário de Pesquisa
O estudo pede um aprofundamento nas investigações sobre os riscos associados ao gabapentin, buscando entender os mecanismos exatos que ligam este medicamento ao possível comprometimento cognitivo. Incentivando um acompanhamento mais rigoroso e uma avaliação contínua da saúde mental dos pacientes, a comunidade médica pode ajudar a mitigar riscos antes não reconhecidos no tratamento de dores crônicas.