Disputa entre empresas de ônibus se torna foco da polícia nos ataques na Grande São Paulo, revelando uma preocupação crescente com os atos de vandalismo que resultaram em 466 ônibus depredados desde 12 de junho.
No dia 15 de julho, 36 ônibus foram depredados em várias localidades, o que intensificou a atenção das autoridades. Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) mencionaram que a rivalidade entre empresas do setor de transporte é a principal linha de investigação, superando outras teorias como ligações com o PCC ou desafios de internet.
Os constantes ataques, que agora ocorrem em qualquer horário, têm gerado um impacto significativo nos custos operacionais das empresas, que enfrentam despesas com manutenção e multas em razão do tempo em que seus veículos ficam fora de circulação. Apenas na cidade de São Paulo, 26 ônibus foram depredados na mesma data, com a maior parte dos incidentes concentrados nas zonas Oeste e Sul da capital, além de cidades como Osasco, Itapevi e Cotia.
Um incidente preocupante foi registrado na Av. João Jorge Saad, no Morumbi, onde uma criança ficou ferida pelos estilhaços de vidro após um ataque. Os motoristas e passageiros vivem um clima de medo, principalmente considerando que um dos ataques mais graves ocorreu na Zona Sul, quando uma pedra atingiu uma passageira, causando múltiplas fraturas no rosto.
No transporte intermunicipal, a situação é igualmente alarmante, com 289 casos de vandalismo reportados desde o início de junho em 27 municípios da Região Metropolitana. O pico de ataques foi no dia 7 de julho, com 59 ocorrências. Na capital, 47 ataque foram registrados apenas no dia 13 de julho.
A polícia ainda investiga a hipótese de que a onda de vandalismos pode ter se alastrado para grupos não vinculados ao setor de transporte, o que levanta questões adicionais sobre a segurança. Até agora, oito indivíduos foram detidos sob suspeita de envolvimento nos ataques. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, criticou a reação da Polícia Civil, afirmando que a investigação ainda não trouxe as respostas necessárias sobre quem está por trás desses crimes. Em resposta, a SPTrans pediu que as concessionárias comuniquem todos os ataques e formalizem as ocorrências com a polícia.