O Brasil teve uma vitória contundente na Copa América Feminina, derrotando a Bolívia por 6 a 0 na segunda rodada do torneio. No entanto, o que realmente chamou a atenção foram as severas críticas à organização do evento pelo técnico Arthur Elias, que ressaltou a precariedade das condições para as equipes.
No estádio Chillogallo, o aquecimento das jogadoras foi realizado em um espaço pequeno e inadequado, levando a um ambiente tenso e desconfortável. Elias destacou os riscos à saúde das atletas, mencionando que, durante a sessão de aquecimento, uma jogadora sentiu uma possível lesão muscular. "Não deveríamos ter que cobrar que os responsáveis pelo futebol façam o trabalho deles, assim como as jogadoras fazem em campo", afirmou o treinador.
O jogo também foi marcado por erros de arbitragem significativos, com dois gols brasileiros sendo anulados de maneira controversa. O técnico destacou que a falta de tempo com a bola rolando prejudica não só o espetáculo, mas pode impactar a classificação das equipes. Segundo Elias, os primeiros tempos do jogo apresentaram menos de 40% de posse de bola, muito abaixo da recomendação da FIFA, que sugere 60%.
Ary Borges, meia da seleção, compartilhou seu descontentamento após a partida, criticando o atraso na organização e comparando a estrutura atual com eventos de menor escala. "O que a Conmebol está fazendo é ridículo. Até os jogos de várzea eram mais organizados do que está tendo", disparou.
Além dos problemas organizacionais, a vitória do Brasil foi impulsionada por uma performance estelar de suas jogadoras, com Luany marcando dois gols, Kerolin contribuindo com três e Amanda Gutierres completando a goleada. Com essa vitória, o Brasil ocupa a primeira posição do Grupo B, conquistando seis pontos e se preparando para enfrentar o Paraguai na próxima rodada.
"Estamos juntos para fazer essas reflexões e cobrar quem tem que ser cobrado", disse Elias, deixando claro seu compromisso com a evolução do futebol feminino na América do Sul e a exigência de melhores condições para as atletas. O torneio continua a despertar discussões sobre a necessidade de investimento e profissionalismo no futebol feminino.