A falta de um tratamento adequado de esgoto na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Barra da Tijuca criou um clima de tensão entre os moradores da região. Representando 400 condomínios, a Câmara Comunitária da Barra da Tijuca (CCBT) exige providências após um laudo pericial afirmar que a ETE nunca operou corretamente.
Inaugurada em 2009, a instalação, segundo o laudo, apresenta defeitos que comprometem seu funcionamento, resultando no despejo de esgoto sem o tratamento necessário, uma violação clara das normas estaduais. A CCBT também denunciou essa situação ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e busca uma audiência com o governador Cláudio Castro.
Em um manifesto público, a CCBT chamou a atenção para os resultados de uma perícia realizada em 2024. Segundo o documento, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) nunca aceitou oficialmente a obra por conta de suas falhas estruturais, que impedem o correto funcionamento da ETE. "A Barra tem a maior rede hospitalar da cidade hoje. Este esgoto precisa ser todo tratado", cobrou Delair Dumbrosck, presidente da CCBT.
Embora a ETE esteja atualmente em fase de reparação e ampliação sob a responsabilidade da concessionária Iguá, os moradores questionam a eficiência da gestão. Com a Iguá assumindo os serviços de água e esgoto após a divisão da Cedae, a expectativa é que as obras sejam concluídas ainda este ano, mas não sem a sua carga de críticas.
O laudo que apontou as ineficiências na ETE foi levado ao conhecimento do MPRJ, que agora analisa a denúncia. A reunião esperada com o governador Cláudio Castro busca não apenas discutir as falhas, mas também garantir recursos que possibilitem a dragagem das lagoas da região, projeto que demanda um investimento significativo.
Em nota, a Agenersa declarou que investigações sobre a operação da ETE estão em andamento e que qualquer penalidade será decidida pelo conselho diretor da agência. Por sua vez, a Cedae contestou as afirmações apresentadas pela CCBT, afirmando que, antes da transição de serviços para a Iguá, o funcionamento da estação era regular, conforme constatado em uma visita técnica do Ministério Público Federal.
Além disso, a Cedae ressaltou que tomou medidas corretivas já em 2018, contratando uma empresa para reparos emergenciais na ETE com o intuito de manter sua operação dentro dos padrões exigidos.