Filipe Martins Declara Inocência em Interrogatório no STF
O ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, que é réu na investigação sobre a trama golpista, negou, durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), qualquer envolvimento na elaboração da minuta golpista. Martins, que faz parte do chamado núcleo 2 da ação penal, é acusado de cinco crimes, entre eles organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.
Acusações e Testemunhos Complicam a Situação de Martins
O depoimento de Martins ocorre em um contexto onde testemunhas, como Mauro Cid, afirmam que ele teria desempenhado um papel central na criação de diretrizes que visavam anular os resultados das eleições de 2022. O ex-assessor nega todas as acusações e destaca: "Nunca participei de reunião sobre minuta, nem tive contato ou consulta sobre qualquer ato que pudesse ser considerado inconstitucional".
Reuniões Contestadas e Contradições
Filipe Martins também refutou a afirmação de que participou de uma reunião no Palácio do Alvorada em 7 de dezembro, onde, segundo a acusação, uma nova versão da minuta golpista foi apresentada aos comandantes das Forças Armadas. Ele alegou que as versões das testemunhas contrariam a sua presença no evento. O general Freire Gomes, um dos acusadores, insinuou que Martins poderia ter estado na reunião, mas não o confirmou diretamente.
Questionamento Sobre Localização no Momento das Reuniões
Durante o interrogatório, surgiu a questão da diferença entre o relatório de localização do celular de Martins e seus deslocamentos. O delegado Fábio Shor insinuou que Martins teria usado uma artimanha para ocultar sua localização durante as reuniões relacionadas à minuta golpista. Shor afirmou que Martins esteve no Alvorada em pelo menos duas ocasiões, para ajustes na minuta e uma nova apresentação aos militares.
Implicações Legais e Defesa de Martins
O advogado de Martins, Jeffrey da Costa, teve um desentendimento com a subprocuradora Gabriela Starling em relação à veracidade dos dados de localização. Martins defende que não houve erro nas ERBs e afirma que estava em casa quando a localização indicou sua presença ali. Além disso, apresentou uma planilha do Gabinete de Segurança Institucional que não registra sua entrada no palácio.
Contexto da Ação Penal
A investigação sobre a trama golpista, que inclui a acusação de Martins, aponta para um grupo que teria tentado realizar ações que pudessem reverter o resultado das eleições, com medidas extremas como prisões de ministros do STF e tentativas de promover a abolição do Estado Democrático de Direito. As acusações e o desdobramento da trama seguem investigadas pelo STF e pela Polícia Federal.