A Polícia Civil deu início a uma investigação contundente contra o sargento da Rota que disparou e matou o investigador Rafael Moura da Silva, de 38 anos, durante uma operação na favela do Fogaréu, na Zona Sul de São Paulo, no dia 11 de julho. A ação foi registrada por câmeras corporais, revelando os momentos tensos que culminaram na fatalidade.
Na manhã deste sábado (26), a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e no quartel dos policiais militares envolvidos. O foco da investigação é o sargento Marcus Augusto Costa Mendes, responsável pelos disparos, e seu colega Robson Santos Barreto. Durante as apreensões, a polícia recolheu evidências importantes, incluindo celulares e notebooks, além da arma utilizada na ocasião. A Justiça, por sua vez, negou o pedido de prisão dos envolvidos, mas decidiu afastá-los preventivamente por 90 dias.
O incidente ocorreu em um cenário confuso, onde tanto a Rota quanto a Polícia Civil estavam realizando operações sem conhecimento da presença uma da outra. As imagens obtidas pela TV Globo mostram Marcus Augusto correndo em direção a um portão, onde disparou contra Rafael, que tentava se identificar como policial. O investigador foi atingido por três tiros e, embora tenha sido socorrido rapidamente, faleceu cinco dias depois no hospital.
O advogado da família de Rafael, Marcus Vinicius, criticou a conduta do sargento, afirmando que as filmagens mostram claramente que o investigador se identificou antes dos tiros serem disparados. “Ele gritou que era polícia, mas mesmo assim, houve mais tiros”, enfatizou o advogado. Também foi apontado que a descoberta de uma chave por Marcus, supostamente utilizada para entrar na comunidade, levanta dúvidas sobre sua abordagem durante a operação.
Por outro lado, a defesa do sargento Mendes argumenta que ele agiu de acordo com os protocolos de segurança, alegando que os disparos foram feitos antes de qualquer verbalização do investigador e que o distintivo de Rafael não era visível. A Corregedoria da Polícia Militar também está conduzindo uma investigação paralela sobre o caso, o que pode levar a novas revelações sobre as circunstâncias do ocorrido.
A morte de Rafael Moura abre um debate significativo sobre a atuação das forças policiais em operações em áreas de risco e destaca a importância da identificação clara durante essas ações. Com a investigação em andamento, as implicações legais e sociais desse caso devem continuar a ser discutidas e analisadas.