Brasil é Retirado do Mapa da Fome pela FAO
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) anunciou a saída do Brasil do Mapa da Fome após três anos, um avanço significativo, considerando que durante esse período, menos de 2,5% da população enfrentou risco de subnutrição. No entanto, esta conquista não deve ser interpretada como uma solução definitiva: trata-se de um retrato circunstancial, suscetível a mudanças. Laura Müller Machado, professora de gestão pública do Insper, afirma: "Em primeiro lugar, é preciso dizer que a gente melhorou. Saímos da crise aguda." É crucial, no entanto, que se identifique quais políticas públicas contribuíram para esta mudança.
Papel das Políticas Públicas
Programas como o Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) desempenharam papéis relevantes na redução da subnutrição. Contudo, a contribuição individual de cada um desses programas permanece incerta, tornando essencial a documentação e análise das estratégias que funcionaram. Mesmo fora do Mapa da Fome, o Brasil enfrenta desafios: o relatório da ONU indica que há cerca de 5,3 milhões de brasileiros que ainda não têm acesso suficiente à alimentação.
Promoção e Desafios Atuais
Apesar das boas notícias, o governo atual parece mais preocupado em exibir resultados positivos do que em investigar a fundo o que realmente promoveu a redução da fome. O Ministério do Desenvolvimento Social já creditou a melhoria a ações governamentais visando à redução da pobreza e incentivo à agricultura familiar, mas faltam pesquisas independentes que possam claramente apontar os fatores determinantes do sucesso. Além disso, a política econômica errática do governo Luiz Inácio Lula da Silva, e a persistente inflação têm dificultado o acesso aos alimentos.
Investimentos e Ineficiências
O Brasil investe substancialmente em programas sociais, com mais de 2 mil iniciativas semelhantes ao Bolsa Família em funcionamento por todo o país. Embora seja um avanço na atenção aos vulneráveis, isso pode gerar duplicidade e desperdício de recursos. Segundo reportagem do GLOBO, cada real mal investido contribui para a miséria e subnutrição de mais brasileiros. Portanto, evitar um retorno ao Mapa da Fome exige um monitoramento contínuo das políticas públicas e seus efeitos.
A Luta pela Erradicação da Fome
Para que o Brasil não retorne à vexatória lista da FAO, é imprescindível continuar buscando dados que demonstrem a eficácia das ações implementadas. As políticas comprovadamente eficazes devem ser mantidas, ao mesmo tempo em que um foco urgente deve ser direcionado àqueles que ainda estão à margem dos programas sociais. A luta contra a fome necessita de um comprometimento coletivo e da capacidade de aprender com o passado, para garantir que o avanço atual seja sustentável e que o Brasil se mantenha livre do Mapa da Fome no futuro.