Obstáculos Legais e Públicos em Produções da Disney
Um novo relatório do Wall Street Journal revela que os planos da Disney para utilizar elementos de inteligência artificial generativa em suas produções de ação ao vivo, como o remake de Moana e Tron: Ares, enfrentaram grandes obstáculos legais e um potencial backclash público.
A tecnologia de IA tem avançado rapidamente, prometendo inovações no setor cinematográfico, mas também levanta preocupações quanto aos direitos autorais e à aceitação pública. A Disney, uma das principais empresas de entretenimento do mundo, experimentou tanto os desafios legais quanto o impacto negativo sobre sua imagem ao tentar incorporar IA em seus projetos.
Experimentos na Refilmagem de Moana
Para Moana, a Disney planejava colaborar com a empresa de IA Metaphysic para criar um deepfake do ator Dwayne Johnson, que retorna para o papel do semideus Maui. A estratégia visava reduzir a quantidade de dias de filmagem de Johnson, utilizando seu primo, Tanoai Reed, como dublê. Após 18 meses de negociações, no entanto, nenhum dos planos de usar a tecnologia de deepfake resultou em imagens que seriam utilizadas no filme, previsto para lançamento em julho de 2026.
Desafios Legais em Discussão
De acordo com o relatório, a Disney se preocupa com a segurança dos dados e levantou questões sobre a propriedade intelectual em relação à utilização da IA na criação de conteúdos. Recentemente, a empresa se uniu à Universal em um processo jurídico contra a Midjourney, denunciando plágio e alegando que a empresa infringiu leis de direitos autorais ao treinar sua IA com materiais protegidos.
Consequências de uma Imagem Pública Negativa
Ainda que o copyright seja uma questão crucial, a Disney enfrenta um crescente receio de resultados negativos em sua imagem pública. No caso de Tron: Ares, a proposta de criar um personagem gerado por IA foi abortada após considerações sobre uma possível repercussão negativa, especialmente em um filme que já lida com temáticas envolvidas em inteligência artificial.
A inclusão de um novo personagem chamado Bit, que deveria atuar como um companheiro do personagem Kevin Flynn, foi considerada mas também abandonada devido ao receio de insatisfação pública.
Experiências Anteriores da Disney com IA
O relacionamento da Disney com a IA já passou por outros reveses. A Marvel, por exemplo, enfrentou críticas após empregar IA para criar a sequência de abertura da série Secret Invasion, além de outras controversas em campanhas publicitárias, como para Fantastic Four: First Steps.
Um incidente notável aconteceu com a Disney, quando um avatar de Darth Vader, aprimorado por IA, apareceu em Fortnite, resultando em uma série de publicidades negativas quando jogadores conseguiram manipular a programação e fazer o personagem gerar xingamentos. Esse episódio levou SAG-AFTRA a alegar práticas trabalhistas injustas contra a Epic Games por não oferecer a um ator humano a chance de dublar o personagem.
Perspectivas Futuras para as Produções da Disney
Os resultados das disputas legais estão em andamento e a tensão em relação à aceitação da IA em Hollywood continua alta. A Disney e outras empresas precisam encontrar um equilíbrio entre inovação tecnológica e a proteção de seus ativos e imagem pública. O futuro do uso de IA nas produções cinematográficas da Disney ainda é incerto, mas os desafios serão constantes e exigirão uma abordagem cuidadosa.