A ministra Margareth Menezes enfrenta críticas crescentes quanto à falta de diálogo com os movimentos negros em Alagoas. Durante uma época do governo de Lula, havia uma comunicação aberta e franca entre autoridades e essas comunidades. No entanto, a gestão atual tem apresentado um distanciamento e uma forma mais institucionalizada de interação, que exclui a participação popular efetiva.
Em uma visita recente a Maceió, a ministra inaugurou o primeiro Centro de Artes e Cultura (CEU das Artes) da região, um evento promovido pela Prefeitura local. Porém, após a inauguração, Margareth Menezes se reuniu em um ambiente fechado no Palácio República dos Palmares, sem espaço para escuta ativa com os movimentos negros alagoanos. Essa abordagem tem gerado descontentamento entre os ativistas que esperam um tratamento mais igualitário nas discussões e decisões políticas.
Ativistas, incluindo Arísia Barros, manifestaram preocupações sobre a ausência de um diálogo mais inclusivo. Barros, que entregou uma solicitação por escrito pedindo maior imparcialidade nas negociações, questiona se a ministra realmente se dedicou a ouvir as demandas dos grupos representativos. "A agenda de escuta com os movimentos do estado negro de Alagoas não foi priorizada durante a visita", afirma Barros.
Após a entrega da solicitação, houveram promessas de retorno e ações por parte do coordenador do Escritório do Ministério da Cultura em Alagoas, mas, segundo a ativista, nada foi concretizado até o momento. Essa falta de ação reafirma a percepção de que as prioridades políticas não estão alinhadas com as expectativas dos movimentos sociais. Barros observa que essa realidade demonstra a falta de imparcialidade nas interações políticas, deixando em aberto a pergunta: até quando essa situação irá persistir?
A situação ressalta a necessidade de um novo enfoque por parte do governo em relação aos movimentos negros, reabrindo canais de diálogo efetivos e significativos. Sem essas mudanças, o risco de marginalização nas discussões políticas locais continua a prevalecer, o que poderia ter consequências sérias para o engajamento e a representatividade das comunidades negras em Alagoas.