A operação policial realizada em Campo Grande trouxe à tona o envolvimento do influenciador fitness Pobre Loco em um esquema de venda ilegal de anabolizantes. Com mais de 2,5 milhões de seguidores, Renato dos Santos Lopes, conhecido como Pobre Loco, foi acordado por policiais durante um cumprimento de mandado de busca e apreensão, o que gerou um vídeo que rapidamente viralizou nas redes sociais.
A ação, coordenada pela Polícia Civil de São Paulo, visa desmantelar uma quadrilha que fabricava e comercializava anabolizantes sem quaisquer regulamentações. O mandado que levou os agentes à casa do influenciador foi parte de uma operação que resultou na prisão de 25 pessoas, e que ainda busca cumprir 35 mandados de prisão e 85 de busca em 11 estados brasileiros.
No momento da abordagem, Renato estava em casa e, de acordo com relatos, acompanhou os policiais em seu trajeto, vestido apenas com roupas íntimas. Ele foi o único suspeito da operação em Mato Grosso do Sul, embora a polícia não tenha divulgado a existência de materiais ilícitos encontrados em sua residência. O influenciador foi levado para a delegacia, mas foi liberado após o depoimento.
De acordo com a defesa de Pobre Loco, ele atuava somente como "divulgador" dos produtos das empresas sob investigação e apresentou um contrato comercial que comprova seu envolvimento. Informações obtidas indicam que anabolizantes destinados ao uso pessoal foram apreendidos, que são comuns entre fisiculturistas, e que receitas médicas corroborariam a legalidade de sua posse.
A investigação começou com uma denúncia anônima há cerca de um ano, revelando que a quadrilha vendia produtos pela internet sem exigir receita médica, desrespeitando assim normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Produtos controlados que visam emagrecimento ou aumento muscular devem ser fabricados por laboratórios autorizados e comercializados com prescrições específicas.
O grupo sob investigação operava com uma marca própria ligada a um laboratório clandestino, expedindo substâncias ilícitas tanto na forma oral quanto injetável. A polícia identificou que boa parte dos produtos era armazenada em galpões no Paraná, e as operações de hoje buscam inspecionar esses locais. Segundo o delegado Ronald Quene, a quadrilha movimentou cerca de R$ 25 milhões nos últimos cinco anos com essa prática criminosa.
“Estão sendo cuidadosos no cumprimento dos mandados, e nossa meta é desmantelar a operação inteira”, destacou Quene.
Enquanto o desdobramento das investigações acontece, o caso levanta questões sobre a responsabilidade dos influenciadores digitais na promoção de produtos, especialmente quando envolvem substâncias controladas e potencialmente perigosas.