No último encontro global realizado na sede da Apple, em Cupertino, a Califórnia, o CEO Tim Cook reconheceu os desafios que a empresa enfrenta em relação aos concorrentes na corrida pela inteligência artificial (IA). Durante a reunião, Cook garantiu aos funcionários que a Apple está se comprometendo a avançar nesse setor, afirmando: "Apple deve fazer isso. Apple fará isso. É nosso para conquistar", conforme reportado pela Bloomberg. Ele descreveu a revolução da IA como "tão grande ou maior" do que a internet.
O encontro ocorreu um dia após a Apple divulgar resultados financeiros surpreendentes, com aumento de receita impulsionado principalmente pelas vendas de iPhones, ao contrário de outras grandes empresas de tecnologia, como Meta e Microsoft, que atribuíram seus sucessos a inovações em IA.
No telefonema de resultados, Cook anunciou planos para aumentar "significativamente" os investimentos em IA e revelou que a Apple está aberta a aquisições nesse campo. Além disso, ele mencionou a realocação de vários profissionais para focar em recursos de IA. Cook reiterou essas intenções na reunião de sexta-feira, afirmando que a companhia fará os investimentos necessários para se recuperar e se alinhar com as tendências do mercado.
O Siri, assistente virtual da Apple, que passou por um processo de atualização, está de volta com melhorias significativas. A empresa tem trabalhado na integração de IA avançada em seus produtos desde o ano passado, sob a iniciativa Apple Intelligence, apresentada na Conferência Mundial de Desenvolvedores em junho de 2024. No entanto, esse movimento vem após concorrentes terem avançado significativamente, criando tanto expectativas positivas quanto críticas.
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Embora a Apple tenha planejado o lançamento do Siri aprimorado mais cedo neste ano, a empresa adiou o anúncio para a próxima primavera, causândo reações negativas por parte de investidores e consumidores, além de levar a duas grandes ações judiciais e uma reestruturação corporativa integral.
Tim Cook informou que nos últimos doze meses a empresa contratou 12.000 novos funcionários, com 40% deles destinados a equipes de pesquisa e desenvolvimento. Após a controvérsia do lançamento da LLM Siri, a reorganização da liderança foi categorizada pelo vice-presidente sênior de engenharia de software, Craig Federighi, como um fator que "superalimentou" o trabalho da Apple em IA. Federighi também relatou que o principal problema na implementação da LLM Siri foi uma tentativa de criar uma "arquitetura híbrida" que utilizasse dois sistemas de software distintos, um plano que foi abandonado, demonstrando confiança no futuro do Siri aprimorado.
O desenvolvimento de chips também é fundamental para a nova estratégia de IA da Apple. A empresa tem trabalhado na criação de chips de IA internos, num projeto com nome de código ACDC (Apple Chips in Data Center). A Apple, segundo um reporte do Wall Street Journal, se uniu à Broadcom para desenvolver seu primeiro chip de IA, nomeado Baltra, e espera iniciar a produção em massa até 2026.
Apesar de sua notável posição de liderança tecnológica, a Apple se encontra atrás de suas concorrentes no campo da IA. No entanto, para alguns especialistas e investidores, essa situação pode fazer parte da identidade da marca. Cook declarou: "Raramente fomos os primeiros" ao discutir a história da Apple, destacando inovações anteriores como a criação do PC, smartphone, tablets e players de MP3. A declaração reflete que, embora a Apple não seja a pioneira em tecnologia, sua força reside em aperfeiçoar essas inovações e dominar o mercado. Se a empresa seguir os caminhos corretos para desenvolver e escalar suas ofertas em IA, Cook pode adicionar essa nova vertente ao seu portfólio de sucessos.