Após a recente prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, sua residência em Brasília, localizada no nobre Jardim Botânico, pode se transformar no novo centro de articulação do Partido Liberal (PL). A mudança ocorre após aliados de Bolsonaro solicitarem autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para visitá-lo, com o objetivo de manter a coordenação política da direita em um momento delicado.<\/p>\n
Esses pedidos de autorização chegaram rapidamente após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que impôs a prisão domiciliar. Entre os solicitantes estão figuras-chave da política nacional, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os líderes de oposição na Câmara, Luciano Zucco e Sóstenes Cavalcante, além do líder do PL no Senado, Carlos Portinho e Flávio Bolsonaro, o filho mais velho do ex-presidente. Recentemente, o senador Ciro Nogueira, que foi ministro da Casa Civil durante o governo de Bolsonaro, obteve permissão para visitá-lo.<\/p>\n
Mesmo diante do cenário de desgaste pessoal e político devido à prisão domiciliar, aliados acreditam que a articulação interna do PL não será tão impactada quanto a vivida anteriormente, quando Bolsonaro e Costa Neto não puderam se comunicar. Naquela ocasião, as coordenações do partido enfrentaram diversas dificuldades durante as eleições regionais do ano passado devido a essa falta de contato direto.<\/p>\n
Através da residência em Brasília, a sinalização é de que o partido planeja realizar reuniões e estratégias, aproveitando a estrutura similar àquela vista durante a campanha presidencial de 2018, quando a casa do então candidato era utilizada como o QG da campanha, especialmente após o atentado a faca que ele sofreu. Desse local, decisões importantes foram tomadas e, agora, espera-se que essa dinâmica se repita durante a nova fase da política brasileira com Bolsonaro.<\/p>\n
O senador Carlos Portinho, que está na linha de frente por pleitear visitas ao ex-presidente, comentou: “Queremos, sim, ter contato com Bolsonaro, ouvi-lo, ouvir as suas diretrizes. Outros senadores e deputados devem entrar com pedidos semelhantes, já que não têm qualquer restrição de contato.” Essa intensa busca por articulação demonstra o desejo do PL em manter a relevância e força eleitoral, mesmo sob a sombra da prisão de um de seus líderes.<\/p>\n
No primeiro dia após a prisão domiciliar, Bolsonaro passou momentos em sua casa acompanhando a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e assistindo a partidas de futebol. Apesar da presença de aliados como o senador Ciro Nogueira, foi perceptível um certo desânimo por parte do ex-presidente, que, conforme relatado, preferiu não assistir a vídeos da coletiva da oposição, evidenciando o impacto emocional da situação que atravessa.<\/p>\n
Ciro Nogueira relatou: “Não vou dizer que ele não estava triste, mas é uma pessoa que ainda acredita muito no nosso país, em Deus. Espero que a gente possa superar o mais rapidamente possível essa situação.” Enquanto isso, Michelle Bolsonaro tem recebido apoio de amigos e aliados, ajustando-se à nova rotina imposta pelas restrições judiciais, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e controle rigoroso sobre suas comunicações e visitas.