Cultura Tóxica e Tragedia no Oceano
A Guarda Costeira dos Estados Unidos divulgou um relatório investigativo sobre o desastre do submersível Titan da OceanGate, revelando que uma "cultura tóxica no ambiente de trabalho" contribuiu significativamente para a tragédia. O relatório, que possui 335 páginas, foi publicado mais de dois anos após o incidente ocorrido em 18 de junho de 2023, que resultou na morte de cinco pessoas, incluindo o CEO da OceanGate, Stockton Rush.
O relatório detalha que a implosão do submersível durante uma expedição ao local do naufrágio do Titanic no Oceano Atlântico Norte foi "prevenível". A Guarda Costeira concluiu que fatores primários que contribuíram para o desastre incluíram o design inadequado, certificação, manutenção e processos de inspeção do Titan. Também mencionou uma estrutura regulatória doméstica e internacional insuficiente para operações submersíveis e um processo ineficaz para denúncias de irregularidades.
Impacto da Cultura Ambiental
Uma declaração de um porta-voz da OceanGate lamentou a tragédia e destacou que, após os eventos, a empresa encerrou permanentemente suas operações, concentrando-se em colaborar com a investigação da Guarda Costeira. Jason Neubauer, presidente do Conselho Marinho de Investigação, afirmou que a investigação identificou diversos fatores que levaram à tragédia, salientando a necessidade de uma supervisão mais rigorosa.
A investigação apurou que a cultura de trabalho da OceanGate era "autoritária e tóxica", onde protocolos de segurança eram frequentemente ignorados em favor de decisões unilaterais de Rush, que acumulava funções como CEO, oficial de segurança e piloto principal do submersível. Essa cultura resultou na retaliação contra aqueles que expressavam preocupações sobre a segurança.
Falhas e Inadequações
O informe revelou que a OceanGate utilizou táticas de intimidação para sufocar preocupações/dúvidas em relação à segurança, resultando em uma disposição geral de ignorar protocolos essenciais. Além disso, anos antes da implementação fatal, especialistas da indústria já haviam alertado sobre a falta de certificação do Titan, que foi operado fora dos protocolos de segurança estabelecidos, o que historicamente assegurou uma boa margem de segurança para submersíveis comerciais.
O relatório também destacou que, meses antes do acidente, havia registros de avisos emitidos por especialistas sobre as falhas estruturais do casco de fibra de carbono do Titan. Agindo fora da estrutura regulatória, a OceanGate violou diretrizes que poderiam ter evitado a tragédia, operando seu submersível sem qualquer registro ou certificado reconhecido.