NASA está intensificando seus esforços para construir um reator nuclear na Lua, uma prioridade que reflete o foco da administração Trump na presença humana duradoura em nosso satélite natural. Sean Duffy, o administrador interino da agência, emitiu uma diretriz para acelerar o cronograma do projeto, com uma meta de lançamento prevista para 2030, conforme noticiado originalmente pelo Politico.
Na diretriz, Duffy menciona as iniciativas conjuntas de China e Rússia para implementar um reator nuclear no lunar até meados da década de 2030. Ele expressa preocupação de que estes países possam "declarar uma zona de exclusão", prejudicando as operações da NASA. "Para avançar essa tecnologia crítica, que permitirá gerar energia necessária para uma futura economia lunar e fortalecer nossa segurança nacional no espaço, é imperativo que a agência atue rapidamente", escreveu Duffy em sua comunicação enviada em julho.
A NASA está trabalhando no Fission Surface Power System desde 2022, ano em que concedeu três contratos de 5 milhões de dólares a parceiros comerciais para desenvolver designs iniciais para um pequeno reator. A princípio, a agência especificou que o reator deveria ter um peso máximo de 6 toneladas métricas e gerar 40 quilowatts de energia elétrica — suficiente para abastecer cerca de 33 residências.
Com a nova diretriz, Duffy não apenas quer que a NASA acelere seus esforços, mas também ordena que o reator produza 100 quilowatts, que sustentariam aproximadamente 80 lares. O programa Artemis, em desenvolvimento, visa estabelecer uma presença humana sustentável na Lua, o que torna a construção de um habitat lunar um desafio, especialmente sem uma fonte de energia confiável.
A energia solar, sozinha, deve se revelar inadequada, considerando que o ciclo dia-noite na Lua dura em média um mês. Esse ciclo envolve cerca de duas semanas de luz solar seguidas de duas semanas de escuridão, deixando painéis solares sem fonte de energia. Em contrapartida, reatores de fissão podem operar continuamente, mesmo nas crateras mais escuras e durante as longas noites lunares.
Estabelecer uma fonte de energia na Lua é essencial para a exploração humana, uma prioridade que a administração atual deseja enfatizar ainda mais. A NASA, face a cortes orçamentários severos previstos no orçamento do governo para 2026, enfrenta ameaças a várias de suas missões robóticas no espaço. O orçamento destinado à ciência planetária, por exemplo, deve cair de 2,7 bilhões para 1,9 bilhões. No entanto, o orçamento para exploração espacial humana receberá um acréscimo de 647 milhões em relação ao ano anterior.
A recente diretriz é parte de um movimento da administração para enviar humanos à Lua e a Marte e, assim, estabelecer a liderança na nova corrida espacial com potências como China e Rússia. A ordem solicita a designação de um oficial dentro da agência para supervisionar o projeto em até 30 dias, assim como a emissão de pedidos de propostas para parceiros comerciais dentro de 60 dias.