A crescente preocupação com as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump está gerando incertezas nos mercados financeiros. Ao mesmo tempo, algumas das maiores empresas de tecnologia, como Amazon, Apple, Google, Microsoft e Meta Platforms, demonstraram um aumento significativo em seus gastos, o que pode ajudar a neutralizar os efeitos dessas tarifas.
Com a ativação de uma nova rodada de tarifas, o ambiente econômico se torna ainda mais desafiador. Contudo, as gigantes do setor tecnológico não sinalizaram intenção de reduzir seus investimentos. Para 2025, essas companhias já revisaram para cima suas previsões de gastos em capital (capex).
Larry Adam, CIO da Raymond James, expressou a visão de que o investimento massivo dessas empresas pode desempenhar um papel crucial na mitigação dos impactos das tarifas. "Essas mega empresas de tecnologia não apenas impulsionaram a recuperação do S&P 500 e elevaram o NASDAQ a novos patamares desde os baixos pós-Liberação, mas também ajudaram a compensar os efeitos negativos das tarifas e da política restritiva do Fed através de um gasto capital significativo", comentou Adam.
A fundadora da B2Prime, Eugenia Mykuliak, também enfatizou a relevância desses investimentos para a economia como um todo. "Embora pareça uma narrativa distinta da dos impostos, essas corporações auxiliam a economia ao criar empregos e manter vigorosos os mercados de ações", destacou. Para Mykuliak, o desempenho do setor tecnológico foi essencial para aliviar o impacto dos impostos de Trump e da resistência do Federal Reserve em baixar as taxas de juros.
Carla Nunes, diretora da Kroll, complementou que os altos gastos em inteligência artificial e centros de dados por parte das líderes de tecnologia provavelmente ajudarão a atenuar os efeitos das tarifas. Contudo, Nunes adverte que esse efeito não será suficiente para neutralizar outras tendências econômicas. "Os impactos das tarifas na atividade econômica real demoram a se refletir nos dados, então a interpretação dos efeitos de longo prazo deve ser feita com cautela", alertou.