Servidor Público se Apresenta à Polícia
Um servidor do Poder Judiciário de Mato Grosso, investigado por seu envolvimento em um esquema de fraude de R$ 21 milhões, entregou-se espontaneamente à polícia em Cuiabá. Ele era o único alvo de um mandado de prisão preventiva ainda não localizado pela Polícia Civil desde o dia 30 de julho deste ano, quando foi iniciada a Operação Sepulcro Caiado.
Operação Sepulcro Caiado e Investigações
A referida operação investiga um grande esquema que causou um prejuízo significativo aos cofres públicos através de fraudes sofisticadas em processos judiciais. Segundo a Polícia Civil, o esquema envolve diversos participantes, incluindo empresários, advogados e outros servidores do Judiciário, todos respondendo por crimes como integração em organização criminosa, estelionato, e lavagem de capitais.
Deflagração da Operação e Alvos
Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou a continuidade das investigações, reafirmando a Delegacia de Estelionato como responsável pela condução do inquérito. Dentre os alvos da operação estão nomes conhecidos no meio jurídico, como advogados e servidores públicos.
- João Gustavo Ricci Volpato - Advogado
- Denise Alonso – Advogada e servidora comissionada da ALMT
- Mauro Ferreira Filho – Servidor preso nesta quinta-feira (7)
- João Miguel da Costa Neto – Advogado
- Themis Lessa da Silva – Advogado
- Rodrigo Moreira Marinho – Advogado
- Augusto Frederico Ricci Volpato – Sócio de empresa credora e beneficiário no esquema
- Luiza Rios Ricci Volpato – Sócia de empresa credora e beneficiária no esquema
- Melissa Franca Praeiro Vasconcelos de Moraes – Advogada
- Wagner Vasconcelos de Moraes – Advogado
- Régis Poderoso de Souza – Advogado e servidor comissionado da ALMT
Reações e Defesas
Em nota, o advogado de defesa do casal Augusto Volpato e Julia Maria Asckar Volpato negou as acusações, afirmando que os dois desconhecem os fatos relacionados às investigações. O advogado explicou que Augusto nunca exerceu funções de gestão na empresa vinculada ao esquema, e que Julia apenas recebeu transferências bancárias de seu marido, sem relação com as fraudes.
Por outro lado, as defesas de outros advogados envolvidos afirmaram que se pronunciarão somente após ter acesso completo ao conteúdo das investigações. O g1 está em busca de contatar a defesa dos demais investigados.
Posicionamento de Instituições
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) declarou que está colaborando com as investigações e que tomará as medidas necessárias para responsabilizar administrativamente os servidores suspeitos de envolvimento nas fraudes. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) também acompanha a situação e solicitará informações sobre a conduta dos advogados, buscando apurações junto ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED).
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) informou que o servidor Regis Poderoso de Souza já foi exonerado de suas funções, enquanto a servidora Denise Alonso não é comissionada da ALMT, conforme confirmado pela instituição.