O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 se aproxima, programado para os dias 9 e 16 de novembro, e com ele vem a expectativa e, muitas vezes, a ansiedade por parte dos candidatos. O estresse e os picos de ansiedade são reações normais, mas é essencial saber como controlá-los para manter o foco e obter um bom desempenho durante a prova.
É comum que os alunos enfrentem situações de nervosismo que podem resultar no que é popularmente conhecido como "apagão", um bloqueio mental temporário que impede o acesso a informações estudadas. Para lidar com essa situação, técnicas simples de respiração e foco podem ser a chave para evitar que a ansiedade prejudique o desempenho. É fundamental estar atento aos sinais do corpo, como mãos suadas e batimentos cardíacos acelerados, que podem indicar o início de uma crise de ansiedade.
Segundo o psiquiatra Arthur Danila, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, o "apagão" não deve ser visto como uma perda de memória, mas como um bloqueio de acesso a informações. Isso ocorre quando um pico de estresse ativa o sistema de ameaça do cérebro, elevando hormônios como a adrenalina e o cortisol. Embora esse estado aumente os reflexos, ele reduz a eficiência do córtex pré-frontal, que é responsável pelo raciocínio e pela memória de trabalho. "A memória está lá, mas o caminho para acessá-la fica congestionado", explica Danila. Essa resposta fisiológica é comum em situações de avaliação e pode ser revertida com técnicas adequadas.
Para antecipar uma crise de ansiedade no dia da prova, Danila sugere que os candidatos fiquem atentos aos sinais do corpo e realizem "check-ins" emocionais. Em uma escala de 0 a 10, o estudante deve avaliar o nível de tensão: se estiver acima de 6, é essencial parar por breves momentos e aplicar um protocolo de regulação. Isso pode incluir técnicas de respiração ou meditação, ajudando a interromper o ciclo de ansiedade antes que ele se amplifique.
Antes de começar o exame, é fundamental que os alunos implementem estratégias para manter a calma. Algumas recomendações incluem:
- Respiração com expiração prolongada: inspirar por 4 segundos e expirar por 6 a 8.
- Suspiro fisiológico: realizar duas pequenas inspirações nasais seguidas de uma expiração longa.
- Técnicas de grounding: identificar conscientemente o que vê, ouve e sente no momento.
- Escrita expressiva: escrever sobre preocupações e medos na véspera do exame.
- Simulação do contexto da prova: praticar em um ambiente similar ao da prova.
Caso o aluno comece a sentir desespero durante o exame, Danila recomenda um protocolo rápido para "desengatar" o modo de ameaça e recuperar o controle. Isto inclui parar por 60 a 90 segundos, respirar devagar, nomear mentalmente as sensações e então retomar a prova de forma objetiva. O entrevistado sugere que o estudante leia somente o comando da questão, anote palavras-chave que ajudem na memória e, se não houver avanço, siga para a próxima questão. A introdução de ancoragens sensoriais, como sentir os pés no chão, pode ajudar na concentração e no retorno ao momento presente. Além disso, pequenas pausas, desde que curtas e intencionais, são bem-vindas para aliviar a tensão. Levantar-se para ir ao banheiro, beber água ou alongar-se pode ser eficaz para restabelecer a calma e sinalizar ao cérebro que o ambiente é seguro.
Portanto, o manejo do estresse e a aplicação de técnicas de controle emocional são tão importantes quanto o conteúdo estudado. Compreender o que acontece no corpo durante situações de pressão ajuda os estudantes a se prepararem melhor e enfrentarem o Enem 2025 com mais confiança e tranquilidade.