Dados Recentes Sobre Desmatamento no Brasil
O desmatamento no Brasil, que vinha apresentando uma queda desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, registrou um aumento preocupante nos últimos dozes meses, em um cenário que antecede a COP30, conferência global do clima que o país sediará. Embora as taxas de desmatamento tenham variado entre as regiões, observou-se uma alta na Amazônia e uma diminuição no Cerrado.
Alertas de Desmatamento na Amazônia
Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os alertas de desmatamento na Amazônia aumentaram 4% no último ano, e em maio deste ano, foram desmatados 960 km², o equivalente à cidade de Belém. Apesar desse aumento, o governo destaca que a perda de vegetação na Amazônia foi a segunda menor desde 2015, totalizando 4.495 km², e menciona que a causa principal atual é o fogo, em vez de motosserras. Em contrapartida, o Cerrado teve uma diminuição significativa de 21% nas áreas devastadas.
Comparativo com O Início do Governo Lula
A comparação com os dados do início da gestão Lula em 2022 é alarmante. Nos primeiros seis meses do governo, o desmatamento na Amazônia caiu 33,5%. No entanto, os índices entre agosto de 2022 e julho de 2023 mostram uma queda de apenas pouco mais de 20%, resultado da maior fiscalização sobre os desmatadores, que antes havia sido deixada de lado na administração anterior.
Desafios Climáticos e Queimadas
As condições climáticas também complicam a situação. Quase um quarto do território brasileiro sofreu queimadas pelo menos uma vez entre 1985 e 2024. As médias históricas indicam que entre 10 e 250 hectares têm sido atingidos por fogo ao longo de quatro décadas. Alarmantemente, no ano passado, 29% das queimadas ocorreram em áreas superiores a 100 mil hectares. Em 2024, 69,5% da área queimada correspondia à vegetação nativa, com incêndios devastando 7,7 milhões de hectares, cifra que representa 287% acima da média histórica.
Queimadas em Diferentes Regiões
No Pantanal, ocorrem as queimadas de maior extensão, enquanto a Amazônia registrou o maior número de incêndios, enfrentando uma seca que não era vista há 120 anos. De acordo com dados do MapBiomas, em 2024, foram destruídos 15,6 milhões de hectares, cifra que supera em 117% a média histórica, com 6,7 milhões de hectares referindo-se à vegetação florestal, totalizando 43% do desmatamento registrado.
Ações Necessárias e Engenharia Legislativa
Governos, produtores rurais e a sociedade civil precisam agir rapidamente contra essa crise. Medidas preventivas, fiscalização rigorosa e a aplicação de punições efetivas são fundamentais para reverter esse quadro alarmante. Com os números atuais, o Brasil está longe do que deveria apresentar na COP30. O Congresso, com uma agenda antiambiental, provocou tensões na legislação, com a recente flexibilização do licenciamento ambiental. No entanto, o governo demonstrou sensibilidade ao vetar 63 trechos de um projeto que facilitaria excessos, e agora apresenta uma Medida Provisória que busca equilibrar agilidade e rigor na concessão de licenças. Caso o país não se comprometa seriamente a zerar a devastação e assegurar a conservação das florestas, as consequências podem ser desastrosas, tanto do ponto de vista econômico, como no caso do acordo Mercosul-União Europeia, quanto climático, com potenciais riscos imprevisíveis.