A prisão de Jair Bolsonaro aumenta a pressão para que ele indique seu sucessor nas eleições de 2026. Entre os possíveis candidatos, Tarcísio de Freitas e Ratinho Junior se destacam, mas a decisão ainda é indefinida. Também merce destaque Michelle Bolsonaro, que conta com apoio interno e se comporta como candidata. A demora na escolha pode favorecer Lula, que já busca a reeleição com apoio parlamentar.
Atualmente, Jair Bolsonaro se encontra hermeticamente fechado em casa, sem previsão de uma saída, especialmente com o julgamento se aproximando em setembro. Esse cenário faz com que muitos se perguntem sobre o futuro político do ex-presidente, que se tornou o quarto ex-presidente brasileiro a enfrentar a prisão. A expressão que reflete essa transformação — de uma pessoa à ideia — adaptada em tempos de incertezas políticas, reaparece no discurso de adversários.
A pressão para que Bolsonaro escolha seu "Zero Dois", ou o sucessor que dará continuidade ao bolsonarismo, é palpável. Tarcísio de Freitas nega a possibilidade, mas o clamor por essa mudança crescerá na medida em que o ex-presidente sinalizar qualquer apoio. Ratinho Junior continua como opção viável, seja pelo PSD ou em alianças com partidos do Centrão, dependente do direcionamento de Bolsonaro.
Dentro do clã Bolsonaro, Michelle conta com o respaldo de Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Seu comportamento como candidata sinaliza uma tentativa de ampliar sua base eleitoral. Recentemente, aliados de Michelle buscaram uma ligação com um político fora da esfera bolsonarista, o qual havia sido sondado para ser vice de Eduardo Bolsonaro anteriormente.
Flávio Bolsonaro, o filho primogênito, é avaliado como o mais viável entre os membros da família no campo político, apesar de figurar nas últimas posições das pesquisas. Para líderes da centro-direita no Congresso, a lentidão de Bolsonaro na escolha do candidato pode favorecer Lula, cujo plano de reeleição inclui a aprovação de um pacote de benefícios sociais no Congresso, um fator que pode influenciar o posicionamento dos parlamentares.
O Centrão, por sua vez, continua a lidar com suas incertezas. Embora Bolsonaro e seus conselheiros mantenham uma expectativa positiva de que ele retorne ao cenário político antes da data limite de 31 de março de 2026, há uma dúvida sobre a assistência de Washington. Um conselheiro da família expressou esperança, afirmando que “tudo pode acontecer”, até mesmo uma retaliação de Donald Trump pela prisão de Bolsonaro. No entanto, a preocupação persiste sobre a relevância de Bolsonaro nas prioridades de Trump, especialmente após eventos conturbados envolvendo seus aliados.