Um ano após a instalação da estátua de Lúcifer em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, o templo permanece interditado por decisão judicial. Desde a instalação do monumento, em agosto de 2024, os membro da Nova Ordem de Lúcifer na Terra continuam aguardando uma definição sobre o futuro do espaço, sem poder realizar atividades no local.
O Mestre Lukas de Bará da Rua, representante da ordem, informa que, apesar das restrições, o número de membros tem aumentado e que as atividades seguem ocorrendo em outros locais. Ele cita eventos como uma formatura de passagem de grau e encontros realizados em casas de membros e outros templos. O grupo também tem participado de seminários sobre intolerância religiosa e promovido campanhas sociais.
A interdição do templo foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul em dezembro de 2024, e a decisão se tornou definitiva em março de 2025. Em resposta a essa situação, os responsáveis pelo templo solicitaram um mandado de segurança em fevereiro de 2025 para reverter a interdição, mas a liminar foi negada.
A estátua de Lúcifer, erguida no santuário, pesa uma tonelada, mede cerca de 5 metros de altura e foi custeada por integrantes da ordem. O monumento representa a dualidade do homem, mesclando elementos de luz e sombra, simbolizando o autoconhecimento. O Mestre Lukas descreve a imagem como sagrada e afirma que sua concepção foi inspirada em um sonho.
A localização do templo é mantida em sigilo, uma vez que é destinado a adeptos da fé e por motivos de segurança, pois membros já relataram ameaças. O espaço é visto como um local sagrado onde a Nova Ordem de Lúcifer prega um novo entendimento sobre a espiritualidade e o culto aos demônios, afastando-se das interpretações tradicionais associadas ao mal.
O noltismo, como é chamado o movimento, é uma nova religião que prega a liberdade de crença e refuta conceitos fixos de bem e mal, enfatizando energias e intenções. O nome Lúcifer, para os noltistas, simboliza a luz do conhecimento e a transformação spiritual, longe das conotações demoníacas criadas por religiões tradicionais.
Mestre Lukas de Bará da Rua, natural de Gravataí e mestre independente, também participou da criação de um monumento dedicado a Exu na região. Ele fundou a ordem com o propósito de trabalhar com as figuras demoníacas e desmistificar os preconceitos associados a essas práticas religiosas.