A presidência da Câmara dos Deputados, sob a liderança de Hugo Motta (Republicanos-PB), passa por uma fase crítica. Após uma semana conturbada marcada pela ocupação da Mesa Diretora, os parlamentares ressaltam a necessidade de Motta demonstrar autoridade e capacidade de governabilidade.
Os deputados, em conversas com o g1, destacam a urgência de Motta aplicar uma punição exemplar aos parlamentares envolvidos na crise. No dia 8, ele decidiu adiar a suspensão de 14 deputados e optou por encaminhar o caso à Corregedoria Parlamentar. Agora, aguarda um parecer do corregedor Diego Coronel (PSD-BA) antes de levar o assunto ao Conselho de Ética.
A expectativa é que Motta consiga fechar um acordo em uma reunião pautada para a terça-feira (12). Legisladores comentam que este risco é crucial para que o presidente recupere sua influência e comande a Casa de forma eficiente. Para muitos, a percepção do cenário político está em jogo esta semana, especialmente com a possibilidade de pautas governistas serem discutidas.
Entre os temas mencionados, uma proposta que visa ampliar a faixa de isenção do imposto de renda para R$ 5 mil é considerada de interesse do governo e uma promessa da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Uma fonte próxima a Motta revela que a chance de pacificação da situação na Câmara após a crise é um cenário favorável. "É o momento ideal para mostrar o caminho a seguir", enfatizou um parlamentar.
Entretanto, aliados de Motta criticam sua resposta inicial à crise. O presidente não se apresentou imediatamente após o início da ocupação, o que, segundo alguns deles, agravou a situação. Além disso, os líderes da base afirmam que a falta de uma agenda clara ao retorno dos parlamentares após o recesso contribuiu para a revolta. A capacidade de Motta de navegar por essa situação e se reafirmar como uma figura de liderança será testada nesta semana decisiva.