O Botafogo encerrou 2024 apresentando um desempenho impressionante tanto nas competições quanto financeiramente, embora tenha enfrentado um grande prejuízo. O clube divulgou um faturamento histórico de R$ 720 milhões, impulsionado pelas vitórias na Copa Libertadores e no Campeonato Brasileiro, mas fechou o ano com um prejuízo de R$ 299,8 milhões e um capital de giro negativo, mesmo após reduzir sua dívida histórica em R$ 474 milhões.
O sucesso nas competições elevou as receitas oriundas das premiações, que cresceram 323%, somando R$ 258 milhões e representando 36% de toda a receita do clube. Essa expansão também foi observada no programa de sócio-torcedor, nas vendas de produtos licenciados e em iniciativas de marketing, refletindo uma valorização significativa do Botafogo no cenário esportivo nacional e internacional.
Premiações e marketing como motores da arrecadação
A conquista dos títulos proporcionou ao Botafogo um aumento expressivo nas receitas de premiações, que atingiram o maior patamar já registrado. Somente com as vitórias na Libertadores e no Brasileirão, o clube arrecadou R$ 258 milhões, um aumento significativo em comparação aos R$ 61 milhões de 2023.
Além disso, o setor de marketing e os patrocínios cresceram de R$ 16,5 milhões em 2023 para R$ 56 milhões em 2024, com as vendas da Botafogo Store aumentando 182%, gerando R$ 66 milhões.
De acordo com John Textor, o programa de sócio-torcedor, chamado Camisa 7, teve um desempenho excepcional, atingindo mais de 81 mil sócios e arrecadando R$ 48,6 milhões, um crescimento de 59% em relação ao ano anterior.
Cessão de atletas e investimento no elenco
As receitas obtidas com a cessão de atletas também apresentaram crescimento, saltando 25% de R$ 77 milhões para R$ 96 milhões. O balanço financeiro destaca as principais vendas de jogadores formados nas categorias de base e atletas contratados por períodos mais curtos.
Por outro lado, o clube realizou um aporte líquido de R$ 440 milhões no elenco profissional, que inclui contratações notáveis como Luiz Henrique, Thiago Almada e Savarino, além da manutenção de peças fundamentais. Textor mencionou:
“Aumentamos significativamente o valor de mercado do nosso elenco, agora estimado em R$ 950 milhões.”
Situação de caixa e redução da dívida
O saldo de caixa do clube ao final de 2024 foi de R$ 129 milhões, um avanço em relação aos R$ 16 milhões no final de 2023. A dívida histórica do Botafogo foi reduzida em R$ 474 milhões por meio de pagamentos e renegociações, com Textor ressaltando:
“Cabe destacar o nosso compromisso com a dívida histórica do clube associativo, assumida no acordo de acionistas. De 2022 a 2024, reduzimos o passivo em R$ 474 milhões.”
Apesar dessas conquistas, a situação de capital circulante líquido permaneceu negativa, totalizando R$ 582,2 milhões. O clube reservou R$ 30 milhões para quitação de dívidas no início de 2025.
Parcerias e financiamentos
No que se refere às parcerias, o balanço menciona R$ 558,6 milhões a receber do Grupo Eagle, controlador da rede multi-clubes de John Textor. Essa quantia é resultado da operação integrada com o Lyon até 2024, incluindo contribuições do Botafogo para ajudar o clube francês a evitar o rebaixamento.
EBITDA e comparações com o ano anterior
O EBITDA ajustado do Botafogo apresentou queda em relação ao ano anterior, refletindo a ausência de receitas não recorrentes. No entanto, Textor destacou a importância do ano de 2024, afirmando:
“O Botafogo viveu, em 2024, o maior ano de sua história centenária. […] Na área financeira, registramos um faturamento de mais de R$ 700 milhões, o maior de nossa história.”
O time de gestão planeja continuar investindo para manter o desempenho esportivo, mas priorizando a melhoria do fluxo de caixa e a redução da dívida de capital de giro.
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